segunda-feira, 5 de setembro de 2011

De estudante para estudante

A arquitetura é feita de pessoas para pessoas, e antes de ser uma arte ela é um instrumento social. Em um bairro nobre, uma residência com técnicas, estilo e materiais contemporâneos pode representar para seus usuários uma inserção na elite local. Em um conjunto habitacional uma residência com paredes rebocadas e pintadas, um piso bonito e um jardim arrumadinho na frente pode representar aos seus usuários a inserção à sociedade, o início de uma nova etapa de vida.
Naturalmente a cidade necessita de algumas arquiteturas espetaculares em maior escala que representem a sua identidade, servindo muitas vezes como referência; são os chamados marcos, pontos nodais, etc. Mas, excluídos esses casos, a cidade não precisa que cada nova arquitetura que seja feita brigue para se tornar o centro das atenções, transformando o trajeto da cidade em um caos, cansando a vista de seus habitantes.
No livro Saber Ver a Arquitetura, Bruno Zevi expõe claramente que a arquitetura  é uma das poucas artes que você não apenas observa por fora, você interage com ela, você vive ela, e este é o verdadeiro centro dessa arte; portanto um edifício deve ser projetado não apenas para o transeunte de fora, mas principalmente para quem está do lado de dentro. Se ela não cumprir essa função ela passa a ser uma arquitetura chamada de arquitetura de espetáculo.
É difícil para leigos entenderem a arquitetura em si, principalmente se o autor responsável se limita a representá-la apenas por plantas, cortes e fachadas. Existem muitos meios de representação além desses, como desenhos, esquemas, músicas, textos, isométricas, fotos, vídeos, entre outros; e quanto mais meios você usar, mais fácil fica para as pessoas captarem a essência da sua obra. O próprio Oscar Niemeyer, no documentário “A Vida é Um Sopro”, diz que quando chega a uma idéia ou solução que o agrada ele passa a redigir um texto, e se no final as idéias do texto não representam o que realmente foi feito ele volta pra prancheta. E nada como refazer seu projeto e ter a chance de torná-lo ainda melhor.

(Clique aqui para ter acesso ao documentário)


Isso nos mostra que na arquitetura é essencial não se ter preguiça, e dar sempre o melhor de si. O papel que temos nas mãos é de grande responsabilidade, pois uma música mal feita ou um livro mal escrito podem ser facilmente esquecidos ao longo dos anos, mas uma arquitetura fica lá por décadas, talvez séculos.
Portanto, fica a dica para os novos ingressantes no curso, é difícil no inicio entender a complexidade da arquitetura, e a leitura de alguns livros me ajudaram bastante nesse sentido, dentre eles estão:

-O Que é Arquitetura - Carlos A. C. Lemos, Coleção Primeiros Passos


-Saber Ver a Arquitetura – Bruno Zevi

-A Arquitetura da Felicidade - Alain de Botton

Por Daniela Pereira Almeida

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