sábado, 22 de dezembro de 2012

Calcule sua Pegada Ecológica

A Global Footprint Network disponibiliza online uma calculadora especial. 
Você sabe qual é a sua Pegada Ecológica? Esta página vai te ajudar como você contribui ou não para um mundo melhor. Ainda não fez o teste?
Ele estará em nossos links a partir de agora e você poderá se desafiar quando quiser. Dia após dia você poderá reduzir seu impacto. 

Eis o meu resultado. Se todas as pessoas tivessem a mesma pegada, seria necessário um planeta e meio a cada ano. 




Descubra sua Pegada Ecológica em Footprint Calculator

Visite www.wwf.org.br

Por Jéssica Rossone

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Arquitetura UFJF

Veja abaixo o vídeo realizado pelos alunos da FACOM/ UFJF com entrevista do Professor Antônio Agenor Barbosa. Ele traz um pouco do cotidiano do acadêmico e do profissional Arquiteto e Urbanista,  além da história do nosso curso:





Por Vitor Wilson

sábado, 15 de dezembro de 2012

Duas palestras completam as comemorações de 2012 na Arquitetura


Durante a próxima semana que vem, o curso de Arquitetura e Urbanismo da UFJF receberá os professores Rodrigo Cury Paraizo, da UFRJ e Regiane Trevisan Pupo, da
UFSC. 
Na ocasião, eles ministrarão duas palestras. No dia 18/12, terça-feira, às 17:00 hs no Anfiteatro da Faculdade de Engenharia o palestrante Rodrigo Cury Paraizo apresetará a palestra "Representação de aspectos culturais do espaço urbano em meio
digital" e no dia 20/12, terça-feira, também às 17:00 hs e no mesmo local, Regiane Trevisan Pupo da UFSC apresetará a palestra: "CUSTOMIZAR + FABRICAR = MATERIALIZAR: Rumos da fabricação digital no Brasil". Veja abaixo os folders do eventos:
Por Jéssica Rossone

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Qual a sua relação com o curso de Arquitetura e Urbanismo da UFJF?

Se você, de alguma forma, participou da história do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, que neste ano completou seus 20 anos, participe e envie um e-mail para memoriau@hotmail.com contando sua experiência!

A Comissão dos 20 anos pretende elaborar um memorial com estes depoimentos. 



Por Jéssica Rossone

Resenha A História, cativa da memória? Para um mapeamento da memória no campo das ciências sociais e Patrimônio e cidade. “Sobrevivências” do passado em Ribeirão Pires.

Essa é uma resenha crítica sobre os artigos "A História, cativa da memória? Para um mapeamento da memória no campo das ciências sociais" de Ulpiano T. Bezerra de Meneses e "Patrimônio e cidade. “Sobrevivências” do passado em Ribeirão Pires" de Cláudio Rogerio Aurelio e Marina Veiga Scalabrini, traçando um paralelo entre as leituras e as vivências da nossa Juiz de Fora.

Começo essa resenha pelo autor Ulpiano Meneses por fazer um estudo afim de definir melhor o conceito e as funções do termo memória e finalizar seu estudo obtendo limites entre a história e a memória. Para isso, ele selecionou cinco problemas-chave:

 A resgatabilidade da memória:
            A caracterização mais comum de memória é aquele acúmulo de informações. Muitas vezes se pensa ser algo definido e acabado, condenado ao esquecimento, por isso, deve ser não só preservada e restaurada, mas também resgatada.
            No entanto, Ulpiano parece desacreditado quando ressalta que a memória é mutável, um constante processo de construção e reconstrução e que a heterogeneidade presente na memória individual de cada pessoa torna seu resgate uma ilusão.

O peso do passado:
            A elaboração da memória se dá no presente e para responder a solicitações do presente, como por exemplo um objeto antigo que fora fabricado atendendo os anseios de seu tempo e agora é usado para decorar um ambiente ou para ser exibido em um museu. Esse objeto tem todo o seu significado drenado e se recicla como algo portador de sentido. É do presente que ele tira sua existência. E se é do presente que se faz a construção da existência, não devemos esquecer que a referência do passado é essencial para se construir a memória, pois com a mudança ao longo do tempo, o presente pode permanecer incompreensível e o futuro pode deixar de ser contemplado em qualquer projeto.

A memória indivisível:
            É preciso ao menos duas pessoas para que a rememoração se reproduza de forma socialmente apreensível. Essa memória condividida se opõe à memória individual e pode ser de duas categorias: memória coletiva e memória nacional.
            A memória coletiva é um sistema organizado de lembranças que se respalda em grupos sociais situados no tempo e no espaço. Podem coexistir varias memórias coletivas que se relacionam de diversas maneiras.
A memória nacional é o tronco cultural que se tem, responsável pela criação de uma identidade nacional e pela compreensão histórica dos fenômenos.
O problema está na transferência da memória individual para uma das duas naturezas coletivas, já que para o autor, a rememoração é somente apreendida em conjunto.

A marginalização do esquecimento:
            Sem o esquecimento a memória humana seria impossível, é por isso que Meneses diz que ela depende de mecanismos de seleção e descarte. Apesar da falta de estudo na área, ele ressalta que há situações que podem propiciar o esquecimento como a tentativa de esquecer a morte, levando consigo a polaridade de funções dos cemitérios no Ocidente; a amnésia na história dos excluídos e oprimidos de todos os tipos como mulheres e escravos e também as lembranças proibidas, indizíveis ou vergonhosas como o caso dos campos de concentração nazista.

As estratégias e administração da memória:
            Existe uma grande problemática social da memória e para resolvê-la é preciso considerar o sistema, os conteúdos e incluir os agentes e suas práticas - todos aqueles que vivenciam e constroem sua história.

Memória/História:
            Ulpiano Meneses conclui que a memória é um objeto da história, necessária para se constituir e reforçar a identidade individual, coletiva e nacional. Uma operação ideológica de representação e reorganização do universo das pessoas. Já a história é uma operação cognitiva, uma forma intelectual de conhecimento.

Para os autores Claudio Rogerio e Marina Veiga, a ideia de patrimônio esteve durante muito tempo, ligada à antiguidade ou à um caráter que pudesse diferenciar dos demais o aspecto visível do objeto em questão. Esse conceito prevaleceu inclusive nos órgãos de preservação e acabou por privilegiar os monumentos arquitetônicos principalmente por carregarem esses atributos em sua materialidade. Contudo, esse pensamento vem se dilatando nas ultimas décadas, procurando englobar outras expressões culturais e fazendo com que o monumento arquitetônico se torne também uma estrutura de memória, de ações sociais e inserido no contexto urbano e ambiental.

Mas mesmo com essa nova concepção, o que se preserva é a memória de um determinado grupo social, pois muitas vezes acaba se transformando em interesse coletivo aquilo que é interessante apenas à uma parcela, e isso tem sido um eficiente instrumento de legitimação do poder. A escolha sobre o que preservar deve levar em consideração as múltiplas vivências para possibilitar que todos os grupos sociais reconheçam suas ações no passado e se apropriem de direitos no presente, fazendo com que o patrimônio passe a ser parte das relações sociais e deixe de ser apenas objetos pontuais, “bairros” ou “cidades históricas”. Cabe ressaltar aqui a proximidade com as estratégias e administração da memória de Ulpiano, já que os três autores concordam que é preciso reunir todos os agentes que constroem a história.

Tomando a cidade como referencial para a adoção de políticas de preservação, garantimos a continuidade da sociabilidade, da história acumulada e do sentimento de pertencimento de toda a população. Em detrimento, alguns projetos urbanísticos vem desconfigurando as cidades em nome do capitalismo e destruindo esses laços de pertencimento como é o caso dos processos de gentrificação. Essas modificações que ocorrem ao longo do tempo e que acrescentam à cidade as marcas de cada tempo, são típicas de uma sociedade capitalista e transformam o espaço urbano em mercadoria.

O patrimônio também pode ser vazio de significado quando se torna mercadoria na indústria turística, inclusive pode ser escolhido por apresentar um potencial econômico, mesmo que não tenha significado para a comunidade local. No caso do Pelourinho em Salvador, a reforma do local acabou subindo os aluguéis e expulsando os moradores de baixa renda que mantinham o patrimônio vivo. Fora criados então, uma gama de serviços voltados ao turismo, que transformou o local em um ambiente hostil, puramente visual, deixando de ser vivido. Em búzios, cidade litorânea do Rio de Janeiro, a passagem de uma atriz famosa, tornou uma pequena aldeia de pescadores em um pomposo centro turístico no estado, a Orla Bardot se transformou em uma avenida salpicada de turistas e completamente sem ligação com a história da cidade. Esses “cenários” criados são denominados pelos autores, respaldados por Ana Carlos, como um simulacro.

Fazendo um estudo histórico, Aurelio e Scalabrini, concluem que a formação urbana de Ribeirão Pires começou, de fato, com a inauguração da São Paulo Railway em 1867, da parada de Ribeirão Pires em 1885 e do Núcleo Colonial em 1887. Até a década de 50, a cidade permaneceu com características de subúrbio rural, ou seja, sem acúmulo de capital e, portanto, desprovido de um patrimônio exuberante, atributo da mercadoria turística.

Isso não significa que os patrimônios não tenham importância para a sua comunidade, as olarias por exemplo, foram uma das principais atividades de Ribeirão Pires, assim como Juiz de Fora foi pioneira na luz elétrica com a primeira hidrelétrica da América Latina e portanto, representam um grande significado para a população, não só se tratando das instalações, como também das relações que as englobam: conhecimento da técnica, representações etc.

Pensar o patrimônio histórico é pensar na cidade e na cidadania, tendo conhecimento de que na busca por recursos econômicos imposta pela globalização neoliberal, essa cidade se torna mercadoria, muitas vezes pela necessidade progressista de renovação. Preservar é uma atitude política que vai de encontro à essa transformação do espaço em uma mera mercadoria e também à contínua homogeneização de nossas cidades.

Preservar é reapropriar da cidade à medida em que se pensa o lugar que queremos viver, pois mantendo nossa história, podemos lançar os olhos no futuro sem pragmatizar pelos interesses capitalistas, resgatando as cidades como espaços políticos de sonhos e vivências.


Sobre os autores:
Cláudio Rogerio Aurelio é arquiteto e urbanista formado pela Universidade Mackenzie. Integrou o Centro de Apoio Técnico ao Patrimônio da Prefeitura Municipal de 1998 a 2003.

Marina Veiga Scalabrini é formada em História pela USP. É Membro do Centro de Apoio Técnico ao Patrimônio da Prefeitura Municipal e integrante do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural e Natural de Ribeirão Pires.

Ulpiano T. Bezerra de Meneses é Professor Emérito da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, titular aposentado de História Antiga, docente do programa de Pós-Graduação em História Social, Licenciado em Letras Clássicas (USP, 1959), Doutorado em Arqueologia Clássica (Sorbonne, 1964) e foi diretor do Museu Paulista da USP.


Vitor Wilson é graduando do sétimo período do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Juiz de Fora.


Por Vitor Wilson

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Eureka! História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo


A Universidade Federal do Mato Grosso do Sul disponibiliza um site com um grande acervo direcionado aos alunos de disciplinas relacionadas à História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo, no qual constam vários textos e dicas bibliográficas, além de todas as anotações de aulas feitas pelo professor Caio Nogueira Cordeiro.

Além disso,  o site disponibiliza várias normas, catálogos técnicos, blocos para AutoCAD 2D, metologias para projetos e programas para download.

Este site já se encontra nos nossos links à direita, recomendo que aproveitem ao máximo todas as informações. Assim fica fácil estudar, não é mesmo? Agora não tem desculpa!

Por Jéssica Rossone


domingo, 9 de dezembro de 2012

Logo Ergodesign e USIHC


Entre os dias 02 e 06 de junho de 2013, Juiz de Fora sediará o 13º ErgoDesign & USIHC. O congresso, que acontece sem interrupções desde 2001, visa reunir profissionais e acadêmicos para discutir sobre como a ergonomia e a usabilidade podem ser aplicadas para melhorar o funcionamento de qualquer sistema, ferramenta, ambiente ou produto em meio físico e digital. 

O evento, que em suas primeiras cinco edições teve como sede a cidade maravilhosa, já passou por Bauru (SP), Balneário Camboriú (SC), São Luís (MA), Cutritiba (PA), Manaus (AM) e Natal (RN), agora tem Juiz de Fora como sua primeira sede mineira.

Alguns dos palestrantes confirmados são Sharon Joines, Raimundo Diniz, Maria Regina Álvares Correa Dias, Marc Lawrence Resnick, Eduardo Ariel de Souza Teixeira e José Guilherme da S. Santa Rosa.  O perfil e formação de cada palestrante podem ser vistos nesta página.

A divisão temática proposta em função da necessidade de discussão e difusão das pesquisas inclui desde 2002 temas como ambiente construído e transporte. Isso prova a importância da participação dos profissionais de arquitetura e urbanismo em eventos como estes.

O congresso Ergodesign foca exclusivamente na informação sobre como a ergonomia é aplicada para melhorar o projeto e o funcionamento de qualquer sistema, ferramenta, ambiente ou produto com os quais as pessoas interagem, especialmente em meio físico. 

O Comitê técnico científico dos dois eventos, composto por professores pesquisadores que atuam na área da Ergonomia e do Design em diversos pontos do país, recebe artigos científicos até o próximo dia 14 de dezembro, e no dia 15 de março de 2013 divulgarão os artigos selecionados.

Mais informações visite: http://www.ergodesign-usihc.com.br

Por Jéssica Rossone


sábado, 8 de dezembro de 2012

Antônio Agenor concede entrevistas sobre o mestre Oscar Niemeyer

Niemeyer foi capaz de criar uma cultura com ‘c’ maiúsculo, trazendo para a arquitetura a dimensão da genialidade”, avaliou o professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Antônio Agenor Barbosa, sobre o legado de Oscar Niemeyer, que faleceu na quarta-feira, 5. Para ele, sua contribuição está muito além do campo arquitetônico. “É como a música de Vinícius de Morais e a poesia de Carlos Drummond de Andrade – atemporal e para sempre impactante”.

O trecho acima retirado da reportagem publicada no site da UFJF, inicia uma notícia, porém muito mais isso, uma homenagem. Veja no link abaixo, o texto completo que fala sobre as homenagens ao mestre Oscar Niemeyer no Departamento de Arquitetura da UFJF.
O Professor Antônio Agenor, orientador do projeto "O Thau do Blog", concedeu uma entrevista a Radio Facom sobre a morte do arquiteto Oscar Niemeyer, veja no link:

Oriente-se: Estado da Questão


Aconteceu nos últimos dias 6 e 7 de dezembro de 2012 o I Encontro Nacional de Pesquisadores em Arte Oriental, Oriente-se: Estado da Questão. O encontro, realização do Grupo de Estudos em Arte Asiática da UFRJ, reuniu pesquisadores em atuação nas universidades brasileiras para o primeiro fórum dedicado à Arte Oriental, sob a égide da História e Teoria da Arte, no Brasil.

Oriente-se: Arte Asiática em Coleções Nacionais


O projeto de pesquisa "Oriente-se" prevê o mapeamento de peças de arte asiática presentes nas coleções nacionais. E por meio da coleta de dados e sistematização de fontes pretende produzir subsídios à confecção de material didático e à reflexão crítica sobre o diálogo Oriente-Ocidente, sob a dinâmica do colecionismo, com vistas à consolidação do campo de estudos da Arte Asiática no Brasil. A primeira etapa visa o conjunto de coleções cariocas.

O projeto e o evento se justificam pela demanda explícita para a consolidação de tal área.  
O estudo sistemático e crítico, o aprofundamento do estudo das coleções, é ferramenta indispensável para o sucesso.
No exterior, nas últimas décadas do século passado, a disciplina conhecida como "Arte Oriental", além de abandonar tal rótulo, migra, no interior dos museus, enquanto no Brasil, nossas coleções seguem pouco ou episodicamente estudadas, e pouco integradas à pesquisa de cunho acadêmico. 
E além disso, as peças são também pouco exibidas e terminam por suscitar também pouco interesse por parte dos pesquisadores, num círculo vicioso que merece ser rompido.


Saiba mais sobre o projeto em: sigma-foco.scire.coppe.ufrj.br

Visite também eba.ufrj.br e saiba mais sobre a Escola de Belas Artes da UFRJ
Curta a página da EBA no facebook!

Por Jéssica Rossone

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

"A vida é um sopro"



É Oscar, a vida é realmente um sopro. O TDB expressa aqui o sentimento e a admiração eterna por ti.

Não pretendo falar sobre suas obras, mas do sentimento que elas causam.
Nós, estudantes de arquitetura, encontramos na sua pessoa a inspiração necessária. Exemplo e ponto de partida, em que podemos ver nosso passado, presente e futuro. Em suas obras nós podemos sentir o verdadeiro valor da arquitetura.  
Nada será como antes. Vivíamos a arquitetura como se em algum momento pudessem surgir novos projetos, novos riscos.

E agora?

Fazíamos os trabalhos e as provas dissertando sobre alguém relativamente próximo de nós. E considerávamos a possibilidade de conhecê-lo, talvez e em algum momento da vida.

Sabíamos da sua grandiosidade, da beleza de suas curvas. Visitamos suas arquiteturas alocando-as no tempo presente, mesmo que soubéssemos muito bem o seu passado.

De fato, teremos sempre este sentimento de nostalgia. Uma parte de nós e da nossa identidade enquanto arquitetos se foi... E assumimos, a partir de agora, uma grande responsabilidade.

De certo, sua arquitetura será comemorada para sempre. Mas aqui eu faço questão de comemorar sua arquitetura no contexto social. Certa vez, Niemeyer disse:

"Os pobres ficam vendo os palácios de hoje sem poder entrar. (...) A vida não é justa. E o que justifica esse nosso curto passeio é a solidariedade”.

Para mim, não há frase mais enfática sobre seu trabalho durante todos estes anos. Não vejo outra citação melhor do que esta para exemplificar a mudança que significou para nosso país.

E "se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito", não é mesmo?

Certa vez, eu fui à Brasília. Não sabia muito sobre arquitetura, e até hoje penso que ainda não sei. Mas fiz algumas fotos que hoje servem de recordação. 
O primeiro lugar que visitei foi esta: a primeira construção no sentido oeste-leste, chamada Igreja Rainha da Paz, inaugurada em 1994. A simplicidade dos traços me envolveu e eu fiquei feliz por estar ali. Eu sequer sabia que se tratava de uma obra dele, Niemeyer. Mas fiquei ali, um bom tempo pensando sobre a vida. Olhei bastante antes de entrar. Era estranho para mim ver o céu de qualquer lugar, e isso me causava um certo incômodo. Mas fui convidada a entrar, e fui meio sem rumo pela rampa da entrada principal.


Fachada da Igreja Rainha da Paz  em 2011

Sentei bem lá no fundo. Era um domingo de manhã, e estava vazia. A missa havia terminado há algum tempo. Me senti intimada a refletir sobre algumas coisas. Não necessariamente sobre arquitetura, mas era por ela que eu estava ali. Hoje entendo porque esse lugar me chamou tanto, me indagou, me incentivou. 

Interior da Igreja em 2011

A Catedral Metropolitana de Brasília, obra mais conhecida e presente no roteiro dos visitantes da capital, me encantou como nenhum outro lugar até a presente data. Não queria ir embora. 

Vista geral da Catedral Metropolitana de Brasília em 2011

No interior, observei que conseguia escutar o que as pessoas falavam de qualquer lugar que eu estivesse, não importava a distância entre nós. Cheguei bem pertinho da parede de concreto, encostei e fiquei lá, admirada.

Interior da Catedral em 2011
Fiquei parada um bom tempo embaixo destas esculturas a entender o espaço. Pude ver o céu pelos vitrais e as nuvens mudando a todo momento lá fora.  



O símbolo de Brasília não poderia faltar. É um ótimo espaço para entender a mensagem que o arquiteto pretendia passar. 


É certo que cada obra tem a sua particularidade, e nestas imagens não cabe o sentimento de perda que temos agora. Nelas, somente teremos lembranças. 

O que temos de mais significativo fica subentendido nas curvas, nos riscos livres, na novidade figurativa.  Obrigada ao mestre brasileiro, por mostrar nossa arquitetura lá fora, por nos inserir em um novo contexto. 
Obrigada pelo conhecimento herdado e pela filosofia de vida, tomada por muitos como exemplo. Obrigada pela inteligência e ousadia que permitiram que nossa arquitetura tenha se desenvolvido.


 “Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país. No curso sinuoso dos sentidos, nas nuvens do céu. No corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo”.

Oscar Niemeyer
15.12.1907 - 04.12.2012


 Por Jéssica Rossone

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Palestras Tim Waterman


Tim Waterman

Nos dias 20 e 22 de Novembro, Tim Waterman, professor da Writtle School of Design de Londres, também ministrou duas palestras sobre Desenho urbano e Fundamentos do Paisagismo no Anfiteatro Christiano Degwert da Faculdade de Engenharia da UFJF.


Voltado ao cotidiano dos projetistas, Waterman começou indagando quais as capacidades da paisagem ao longo do sítio em questão, quais capacidades nós damos valor e se devemos questionar esses valores.


Com essas lacunas, Tim Waterman explanou sobre a leitura da paisagem, reforçando que devemos aprender sua linguagem e falar essa linguagem quando desenhamos.


Devemos ainda considerar a estrutura e o funcionamento da paisagem, performances para satisfazer os anseios humanos e ecológicos, plantas e medidas para aprimorar a apresentação da paisagem e um futuro monitoramento do crescimento e também da paisagem.

Tim Waterman

Ele lembrou que sempre é possível ler uma cidade através de seu relevo, isso demonstra a sua importância no projeto. Além disso, para Tim Waterman, não há paisagem que tenha só um problema, há sempre um potencial e sempre uma coisa boa.

Você deve sempre ir a um sítio e questionar, não os seus valores, nem os valores do seu cliente mas os valores do próprio local. Tente desenhar usando a análise que você fez, até mesmo naquela página que você escreveu. Faça um ninho com o seu desenho, a Arquitetura não precisa de um conceito forte e pesado.



Desenhar através dos conceitos pode ser uma péssima maneira de projetar porque isso pode causar limitações e pode forçar um conceito mesmo quando ele não serve. Mas nunca pare o seu processo.

Pudemos concluir com as palestras, que ao invés de ter um conceito que se torne um projeto, o projeto deveria ser de preferência um processo de conceitualização do que um conceito, ele deve sempre estar fluindo e em contínuo processo.

Por Vitor Wilson

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Relatos de um seminário: sociedade inclusiva e desenho universal

As secretarias de Transporte e Trânsito e de Assistência Social da Prefeitura de Juiz de Fora ofereceram, na última semana, novos cursos de capacitação: “Técnicos e Agentes Sociais em Acessibilidade”, “Sem Barreiras - Qualidade no Atendimento às Pessoas com deficiência” e “Acessibilidade pelo Design Universal”.

Os palestrantes dos cursos foram Amanda Oliveira Gonçalves e Odirlei Roque de Faria, da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida - SMPED-São Paulo e Marcelo Pinto Guimarães, Ph.D. em Design Universal nos EUA (NCSU), coordenador do Laboratório Adaptse e professor de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais.

A iniciativa incluiu ainda o "Seminário Acessibilidade: Espaço, Comunicação e Trabalho" que aconteceu nos dias 26 e 27 de novembro, no Victory Business Hotel. 

O evento teve como público-alvo servidores públicos em geral; gestores de empresa e de recursos humanos, arquitetos, engenheiros civis e demais profissionais da construção civil; pessoas com deficiência e estudantes de áreas afins e, para garantir a participação de todos neste evento, a organização ofereceu o apoio de intérpretes de leitura labial, libras, e de libras/tátil (para pessoas com deficiência auditiva e visual).
A abertura no dia 26 de novembro ás 19 horas contou com a presença de todos da comissão organizadora. Segundo o secretário da Settra, Márcio Bastos, os arquitetos tem especial responsabilidade no processo para que a sociedade recupere o tempo e o espaço perdido acerca da acessibilidade. Ele ainda fez um apelo às faculdades de arquitetura para que não percam a visão de projetas espaços acessíveis, e assim, uma sociedade mais inclusiva. Segundo ele, "os profissionais mais à frente tem a responsabilidade de incluir os mais novos nesse processo."

Abertura oficial do evento com mesa composta pelos organizadores

Secretário da Settra fala sobre o papel dos arquitetos para uma sociedade inclusiva

A palestra “Acessibilidade Universal Numa Sociedade Inclusiva”, ministrada pelo Prof. Dr. Marcelo Pinto Guimarães, coordenador do Laboratório Adaptese/UFMG, deu início às atividades.

Na foto, Prof. Dr. Marcelo fala sobre as perspectivas
 para o futuro acerca da acessibilidade

O que nós queremos para o futuro? Será que nós conseguiremos?

Instigando os ouvintes, assim o Prof. Dr. Marcelo Guimarães iniciou dessa forma a sua palestra. Falou sobre os conceitos de sustentabilidade e diversidade, relacionando-os entre si e trazendo uma nova maneira de pensar as duas coisas juntas. A necessidade de inovar e evoluir esteve presente durante toda sua fala, porém a crítica a sociedade tecnológica foi enfática e muito discutida.

No segundo dia de evento, 27, tivemos a palestra “Acessibilidade e Comunicação”, por Fludualdo Tales, Professor da rede municipal e consultor da Câmara Municipal de Juiz de Fora, Rodrigo Geraldo Mendes, Cordenador do Curso de Libras do Núcleo de Atendimento Especial à Pessoa com Deficiência - Naepd e Elciane Mary Calixto.

Cleide Ramos Reis, do  Centro de Vida Independente - BA e mestranda em Direitos Humanos e Cidadania pela UnB, ministrou a palestra “Acessibilidade nos Transportes Municipais e Intermunicipais” e Silvana Cambiaghi, mestre em Desenho Universal pela FAU-USP e membro da CPA – Comissão Permanente de Acessibilidade  de São Paulo, falou sobre “O Papel da CPA, como Garantia de Acessibilidade nos Municípios”.
Já o diretor do Conselho Nacional dos Centros de Vida Independente e um dos palestrantes da tarde, Romeu Kazumi Sassaki, falou sobre a necessidade de o país se preparar para a realização de ações afirmativas que, segundo ele, representam uma postura social favorável. Sassaki atua há 52 anos na área da deficiência como especialista e consultor. Escreveu o livro “Inclusão: Construindo uma sociedade para todos”.

A última palestra, com o título “Mobilidade Urbana em Calçadas Acessíveis: Exemplos e Novos Paradigmas para o Brasil” foi apresentada por Regina Cohen - Arquiteta, Pesquisadora Associada no Departamento de Tecnologia da Construção da FAU/UFRJ e Coordenadora do Núcleo Proacesso (PROARQ/FAU/UFRJ).
Regina Cohen fala sobre Acessibilidade e Patrimônios Culturais


Necessidades especiais?

E as necessidades especiais, será que são tão especiais assim?
Será que temos sempre que dar ênfase às diferenças? Segundo Marcelo, a sociedade tecnológica funciona como uma cabine, uma cápsula protetora e constitui um problema de grandeza mundial. 
Para ele, a tecnologia não deve ser tomada como a solução para os problemas de acessibilidade, pois ela pode ser um fator de exclusão em alguns casos, prejudicando assim a integração entre as pessoas, possuam elas deficiências ou não.

E aí, é um fator arquitetônico: oferecer ou não espaços que integrem as pessoas, evitar ou não a segregação. É como se fossem vidas paralelas, em que o deficiente está sempre alheio porque os espaços dizem que tem que ser assim. 

É uma ilusão pensar que o cadeirante que mora no térreo vai criar relações sociais com as pessoas do último andar. É ilusão também achar que tem que ter uma fila separada para ele. É muito chato chegar no cinema e não poder escolher onde ficar, porque já tem um lugarzinho ali, reservado para ele!

Imagem exibida durante a apresentação de Marcelo Guimarães Pinto


Estes não são espaços acessíveis!!! São espaços paralelos. E enquanto for assim, a sociedade não será inclusiva.

E é ilusão pensar que a tecnologia resolve tudo. As necessidades especiais são as mais comuns, as mais normais. Na verdade tais necessidade são comuns a todos nós.

Temos então que repensar a lógica cartesiana, abandonar a solução imediata, o pensamento linear e aderir a uma visão mais holística sobre o assunto. Pensar que "um todo é parte de outros todos" é começar. E a partir daí temos diversos conceitos até chegarmos de fato no design universal.

A acessibilidade é um direito humano, e nós arquitetos, temos como instrumento o desenho universal para tornar a vida das pessoas mais satisfatória e independente. 

Por Jéssica Rossone

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Workshop "Sobre o projeto em paisagismo" com Tim Waterman

Muito mais do que uma simples abordagem sobre o projeto paisagístico, o workshop ministrado pelo professor da Writtle Schcool of Design em Londres, Tim Waterman, fez com que os participantes pensassem primeiramente em questões urbanísticas, na paisagem urbana. 

O evento que aconteceu na última semana, 19 a 23 de novembro de 2012, excedeu as salas de aula e permitiu o contato entre alunos de diversas turmas do curso de arquitetura e urbanismo da UFJF. Além disso, o workshop   motivou o início das aulas neste semestre, visto que os participantes tiveram que pensar em soluções e representá-las em um curto espaço de tempo, logo na primeira semana.


Tim Waterman

O workshop proporcionou aos alunos uma visão mais clara acerca do projeto paisagístico já que alguns alunos ainda não tiveram aulas específicas sobre o assunto. Durante os três dias do programa, os envolvidos puderam ver em etapas bem definidas o progresso de seu trabalho. Formaram-se três grupos, os quais tinham a mesma missão: diagnosticar e propor novas visões e ideias acerca da paisagem urbana de um terreno no centro da cidade.

Podemos destacar ainda como ponto positivo a interação entre alunos da Graduação e Pós-graduação em Ambiente Construído da UFJF, os quais participaram em conjunto na elaboração de  diagnósticos e propostas para uma área chamada popularmente "Terreirão do Samba", localizada no centro da cidade de Juiz de Fora. 

A realidade das ideias e propostas apresentadas pelos grupos formados pelos alunos consiste em uma qualidade a ser exaltada durante o processo, bem como a urgência (e aí separamos muito bem os conceitos de urgência e pressa) de se pensar algo novo e real. A única reclamação, comum a todos, foi o curto prazo para se pensar uma proposta de tal dimensão.


Turma do Workshop

Tim Waterman destacou a relação do projeto de paisagismo com o tempo: passado, presente e o futuro devem ser pensados juntamente com a proposta. Falou também sobre a importância do paisagista levar em consideração o diálogo do espaço com a população, com as pessoas que irão utilizar o espaço.

Segundo ele, o processo e, consequentemente, o progresso do projeto dá-se em algumas etapas: Brief, Research, Analysis, Synthesis (prognosis), Construction, Operation and Evaluation,  que correspondem a uma primeira fase de breves observações, levantamento, análise, síntese, construção, uso/funcionamento e avaliação.


Turma do Workshop

"So, the architects are prepare to do a beautiful thing, to construction a THING, and not a landscape." 


Com a frase acima passo para outra reflexão feita durante as aulas, em que o próprio Tim indica uma mudança na forma de pensar dos atuais arquitetos urbanistas. Percebemos então que as propostas mais recentes giram em torno de um objeto, muitas das vezes sem o identificar no entorno e sem a percepção necessária para a perfeita implantação deste objeto na paisagem existente.

"There's only problem. But, what's the  problem? Where does it hurt?"


Então, qual é o problema, onde estamos falhando? 
A monumentalidade, presente na arquitetura desde os primórdios, é um fator que configura este cenário egoísta? 
A especulação imobiliária, a visão de mercado mudou a visão do produto arquitetônico?
O que nós estamos projetando de bom para as nossas cidades? E o que modificamos em sua paisagem a cada novo objeto criado? 

De certo, o workshop deixou mais perguntas do que respostas... Nada melhor para pensarmos e discutirmos sobre o assunto.

Por Jéssica Rossone

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