segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Arquitetura em containers

As pessoas antenadas com as tendências na arquitetura já devem ter ouvido que a arquitetura de containers ganha cada vez mais espaço. Principalmente em países com tradição portuária, como Estado Unidos e alguns da Europa. Esses objetos acabam sendo descartados em no máximo 10 anos de uso, e ficam esquecidos nos portos.


               Mas antes de ser a nova moda dos moderninhos, eles se mostram uma opção viável barata, rápida e eficaz. Países que sofreram recentemente catástrofes ambientais, como Chile, Haiti e até no Brasil, no programa Minha Casa Minha Vida, em que necessariamente se prioriza quantidade e rapidez de entrega à qualidade, os containers podem, se receberem um bom projeto, aliar qualidade e preço baixo.


No Brasil foi utilizado pontualmente em algumas arquitetura, principalmente de lojas, mas ainda assim não é tão usado. O que não é uma surpresa, pois temos um ótimo histórico com tecnologia de pré-fabricados, e não utilizamos tanto em nossos projetos.


Brasileiros tem dificuldade de aceitar o novo, prezamos muito a tradição, aparência e status. Mas dá sim pra deixa um container com cara de casa, com um bom projeto e tratamento interno e externo de revestimentos.
           Para utilização do container você lixa e pinta com tinta anti-corrosiva. O revestimento interno pode ser feito, por exemplo, com painéis de plástico ou placas de madeira compensada pintada. E para quem quiser deixá-lo com “cara de casa”, uma opção de revestimento externo pode ser aplicar uma placa lisa de aço revestida com pintura, tampando as paredes corrugadas externas.


Para deixar o container habitável é necessário um bom projeto de conforto térmico, que alie aberturas pontuais nas laterais, e uma ventilação cruzada nas aberturas da frente e atrás. Une-se a isso a utilização de um material termicamente confortável entre o revestimento e a placa metálica.
Além disso, é necessário o tratamento acústico interno, por serem pequenos retangulares, propiciam eco. Uma solução é a instalação de matéria absorvente no teto e entre o revestimento das paredes e a chapa metálica do container.
As vantagens são incontestáveis: a obra chega quase pronta ao terreno, já revestida, é necessário apenas conectar os containers e ligá-los às redes de luz e água. Em zonas de difícil acesso, uma obra rápida que não requer tanto trânsito de veículos é ideal, e com a utilização desse material é possível se construir uma casa em até 3 semanas.


           Também é ecologicamente correto. O aproveitamento de material nobre descartado gera economia de recursos naturais que seriam utilizados na obra, como areia, tijolo, cimentos, água, ferro e etc. E conseqüentemente gera redução de entulho, um dos maiores problemas na construção civil em cidades como Juiz de Fora.

           Diante de tantas vantagens, acho que está na hora de o brasileiro deixar um pouco os vínculos tradicionalistas de lado e começar a pensar no futuro. Pode ser que essa “moda” não pegue, mas abrir os olhos para as novas tecnologias e opções viáveis, ainda que não dêem tanto status, talvez não seja mais uma opção.

Por Daniela Pereira Almeida

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