Nascido em 7 de agosto de 1906, o arquiteto norteamericano Philip Jonhson é considerado um dos pais da arquitetura moderna e foi um dos principais arquitetos do século XX.
Philip nasceu em Cleveland, Ohio. Graduou-se em Arquitetura e fez Mestrado em História da Arquitetura na Harvard University. Logo depois foi nomeado diretor do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MOMA). Abandonou o cargo somente durante a Grande Depressão, quando decidiu dedicar-se às carreiras de jornalismo e política agrária populista.
Em 1930 Johnson simpatizou-se com o nazismo, e passou a expressar idéias anti-semitas. Sobre este período da sua vida, ele disse mais tarde: "Eu não tenho desculpa para tal estupidez inacreditável ... Eu não sei como vou expiar a minha culpa".
Como correspondente, Johnson observou a convenção nacional do partido nazista em Nuremberg, na Alemanha e cobriu a invasão da Polônia em 1939. A invasão mostrou o ponto de ruptura do interesse Johnson em jornalismo ou política - ele alistou-se no Exército dos E.U.A. Após alguns anos, Johnson voltou para a Harvard University, e finalmente, prosseguiu a sua carreira de arquiteto.
Em 1967 se uniu a John Burgee, e manteve com ele uma parceria de 20 anos. Nesta época, os dois realizaram um grande número de projetos. Johnson chegou a se encontrar com Le Corbusier e Mies Van der Rohe, e com este último, criou uma relação estreita, que futuramete se tornaria uma parceria que resultaria na criação do projeto do famoso Edifício Seagram.
Em 1978 Johnson foi homenageado pelo AIA (Instituto Americano de Arquitetos) com a Gold Medal, e em 1979 recebeu a primeira edição do Prêmio Pritzker, considerado o prêmio mais importante da arquitetura.
A Glass House é considerada a principal obra de Philip Johnson. Construida em 1949 em New Canaan, Connecticut, foi desenvolvida para si próprio como tese de mestrado quando foi aluno em Harvard. O arquiteto se referia a ela como "o diário de um arquiteto excêntrico".
Glass House, New Canaan, Connecticut (1949) |
Suas paredes externas são de vidro, a cozinha é aberta e não há divisórias internas. As instalações sanitárias ficam dentro de um cilindro de tijolos, onde fica incrustada a lareira.
Suas fachadas são compostas simetricamente o que acentua o conflito com o interior assimétrico perfeitamente visível através dos painéis de vidro. Atualmente, é considerada um patrimonio histórico, e está disponível para visitações.
O seu primeiro projeto residencial realizado em Bedford, Nova York, é constantemente alvo de comparação com a Glass House.
Booth House, Bedford, Nova York |
Podemos perceber as semelhanças de partido quando observamos o conjunto da lareira rodeada por paredes de vidro, além da disposição da mobília no espaço sem divisórias.
O Edifício Seagram, em colaboração com o arquiteto Mies Van der Hohe, foi inaugurado em 1958 na cidade de Nova York. Com 38 pavimentos, é um dos melhores exemplos do funcionalismo incorporado nas correntes do modernismo que explodia na época.
Seagram Building, Midtown Manhatann, NY (1958) |
A torre foi considerada uma das construções mais caras da época. A estrutura é combinada de aço e concreto e a decoração, feita com vários tipos de metais, dentre eles o bronze.
Vista Frontal, Park Avenue, Midtown Manhatann |
O restaurante The Four Seasons é parte integrante do Edifício Seagram e foi um trabalho conjunto de design dos arquitetos Mies Van der Hohe e Philip Johnson.
The Four Seasons Restaurant, in the Seagram Buildig, NY (1959) |
Outras obras de Philip Johnson:
Ponto de Simetria, Pennzoil Place, Houston, Texas (1975) |
Tata Theatre, Bombaim, India (1980) |
PPG Place, Pittisburg, Pennsylvania (1984) |
Bank of America Center, Houston (1984) |
U. S. Bank Tower, Los Angeles, California (1989) |
Puerta de Europa, Madri (1996) |
Philip Johnson também foi um crítico, escritor e historiador. Apesar de sua forte ligação com a arquitetura, foi somente aos 36 anos que Johnson elaborou seu primeiro projeto arquitetônico.
A denominação arquitetura desconstrutivista surgiu a partir de uma exposição realizada no MOMA em 1988 em Nova York, organizada por Marc Wigley e Philip Johnson, e incluiu nomes como Peter Eisenman, Frank Gehry, Zaha Hadid, Coop Himmelb(l)au, Rem Koolhaas, Daniel Libeskind e Bernard Tschumi.
Livro: The Internacional Style: Architecture since 1922, autografado por Philip Johnson |
Philip Johnson foi um dos responsáveis pelo termo international style. Este termo passou a identificar um estilo arquitetônico funcionalista que pregava a idéia de que a arquitetura deveria ser industrial, econômica e acessível. A origem do termo se encontra no título de um livro publicado em 1932 por Henry-Hussel Hitchcock e Philip Johnson. No mesmo ano, a Exposição Internacional de Arquitetura Moderna no MOMA de Nova Iorque contribuiu para a divulgação do movimento, tornando-o uma das tendências dominantes da arquitetura do século XX.
Por Jéssica Rossone