sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Arranhões no piso... na parede... no teto...

Memorial da América Latina

Pra você, Oscar Niemeyer no auge dos seus 103 anos parece gostar de skate? Ainda que seu antigo empregado e hoje, caseiro da Casa das Canoas, tenha me confidenciado muitas extravagâncias do patrão, também acho que não.

No entanto, a famosa prancha com rodinhas parece estar em voga. Isso porque no final de semana passado, o memorial da América Latina, em São Paulo, foi liberado - pelo próprio arquiteto - para o 1º encontro Niemeyer de skate. O evento inédito, visava criar um elo entre arquitetura e esporte. Os 84 mil m² da construção viraram palco de manobras radicais. No local, foi montada uma grande pista, desenhada com base nas obras de Niemayer.

Além de competições de skate, o encontro teve aulas para crianças, exibição de filmes sobre o esporte, shows nacionais e internacionais e uma homenagem a Oscar Niemeyer. Veja o site oficial do evento.

Nessa mesma onda do skate, o campeão mundial Pierre Andre Senizergues, encomendou ao designer e também skatista Gil Le Bon de Lapointe e um arquiteto francês com escritório em Los Angeles, Francois Perrin, uma casa totalmente adaptada à pratica do skateboard.




No projeto é possível andar de skate em totas as áreas e superfícies, internas ou externas. A casa é dividida em três espaços separados. O primeiro inclui o living room, a área de jantar e a cozinha, o segundo inclui um quarto e banheiro e o terceiro, uma área para prática do referido esporte.

A casa PAS (iniciais do dono) é a primeira casa a ser completamente usada tanto para o skateboard quanto para moradia. Cada espaço é apto para a prática do esporte porque o chão se encontra às paredes e ao teto em uma superfície contínua. Sonho de qualquer adolescente skatista.

Maquete do projeto
Assista também o vídeo sobre essa casa.


Por Vitor Wilson

Supermercado "in natura"


O escritório de arquitetura holandês Van Bergen Kolpa Architecten pretende construir um supermercado de 1,6 mil hectares na região metropolitana da Holanda, que inclui Amsterdã e Roterdã. O supermercado oferecerá tudo o que um supermercado comum oferece. A diferença é que os clientes poderão colher os produtos ao invés de pegá-los embalados diretamente das prateleiras.

As ofertas incluem desde frutas e legumes a peixes e arroz. O clima frio da região parece não trazer problema algum. O grupo vai elaborar um sistema que simula os climas tropical e do Mediterrâneo em seu supermercado. Além disso, os arquitetos pretendem utilizar técnicas bastante naturais, como adubar a terra com minhocas e regar as plantações com água natural.

A planta do projeto pode ser vista em uma exposição sobre arquitetura social em São Francisco, nos Estados Unidos. O Park Supermarket, como é chamado o projeto, deve ser inaugurado no próximo ano.

Por Vitor Wilson

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Conselhos de Niemeyer

     O vídeo mostra uma entrevista de Niemeyer para o ENEA BH, em 2009. O arquiteto fala sobre os projetos da Pampulha e do Centro Administrativo. Ele finaliza com conselhos aos estudantes de arquitetura.
     Confiram!



Por Camila Fonseca Pinheiro.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Vanna Venturi House

       No post “OTHAU do Blog indica: Robert Venturi” nós falamos um pouco sobre Robert Venturi, um dos primeiros e mais importantes arquitetos pós-modernistas. Nesse post irei apresentar a vocês uma de suas arquiteturas mais conhecidas, e dentre muitas que eu conheci dele, umas das que me chamou mais atenção, por sua genialidade e simplicidade, algo que qualquer um de nós poderia ter projetado.
       A casa em Chestnut Hill, Filadélfia USA, foi projetada para sua mãe Vanna, em 1962. A casa varia entre extremos de complexa e simples, aberta e fechada, ora grande, ora pequena, de forma a causar impacto emocional em seus usuários. Ele também procurou fazer de todos os elementos arquitetônicos uma unidade, sua planta, volume e elementos estéticos. Evidenciando uma simetria deformada de acordo com a necessidade das funções.


       A planta tem um núcleo vertical central que logo na entrada da casa irradia duas paredes diagonais quase simétricas. A simetria é distorcida para ajustar-se às necessidades particulares dos espaços, que têm tamanhos e formas diferentes, de acordo com a função.



       No centro da planta, a lareira e a escada se confundem, se deslocando e distorcendo o formato uma da outra na tentativa de ocupar o mesmo espaço.
       O formato da escada é adequado à maior escala no térreo e à menor escala no segundo andar. Além de reservar um espaço para as pessoas sentarem na escada no térreo ou descansar algum objeto ates de carregá-lo para cima.



       As variadas localizações, dimensões e formatos das janelas, assim como a localização descentralizada da chaminé, refletem a complexidade dos espaços internos. Assim ao mesmo tempo em que a fachada frontal é simétrica, ela é assimétrica.



       A casa é grande e pequena, porque é uma casa pequena em grandes escalas: a lareira é grande, o consolo sobre a lareira é alto, as portas são amplas e os guarda-cadeiras altos. Os cômodos são o mais amplo possível com a diminuição de divisões externas e de espaço apenas de circulação. No exterior a escala é grande graças aos poucos elementos centrais ou simétricos. A moldura de madeira ampliada sobre a porta também aumenta sua escala.
       A composição do edifício combina elementos simples e puros, como retangulares, diagonais e curvos. Os retângulos se relacionam na planta; as diagonais no espaço direcional na entrada e com a função de fechamento e escoamento de água no telhado; as curvas relacionam-se com as necessidades direcionais espaciais da entrada e da escada externa, com o simbolismo da entrada produzido pela moldura e com a seção no teto da sala de jantar.




       Robert Venturi se atém a cada detalhe, resolvendo cada mínimo problema que uma residência trás, sem esquecer-se da parte estética, tão importante na vida das pessoas.

Por Daniela Pereira Almeida

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Arquitetura em containers

As pessoas antenadas com as tendências na arquitetura já devem ter ouvido que a arquitetura de containers ganha cada vez mais espaço. Principalmente em países com tradição portuária, como Estado Unidos e alguns da Europa. Esses objetos acabam sendo descartados em no máximo 10 anos de uso, e ficam esquecidos nos portos.


               Mas antes de ser a nova moda dos moderninhos, eles se mostram uma opção viável barata, rápida e eficaz. Países que sofreram recentemente catástrofes ambientais, como Chile, Haiti e até no Brasil, no programa Minha Casa Minha Vida, em que necessariamente se prioriza quantidade e rapidez de entrega à qualidade, os containers podem, se receberem um bom projeto, aliar qualidade e preço baixo.


No Brasil foi utilizado pontualmente em algumas arquitetura, principalmente de lojas, mas ainda assim não é tão usado. O que não é uma surpresa, pois temos um ótimo histórico com tecnologia de pré-fabricados, e não utilizamos tanto em nossos projetos.


Brasileiros tem dificuldade de aceitar o novo, prezamos muito a tradição, aparência e status. Mas dá sim pra deixa um container com cara de casa, com um bom projeto e tratamento interno e externo de revestimentos.
           Para utilização do container você lixa e pinta com tinta anti-corrosiva. O revestimento interno pode ser feito, por exemplo, com painéis de plástico ou placas de madeira compensada pintada. E para quem quiser deixá-lo com “cara de casa”, uma opção de revestimento externo pode ser aplicar uma placa lisa de aço revestida com pintura, tampando as paredes corrugadas externas.


Para deixar o container habitável é necessário um bom projeto de conforto térmico, que alie aberturas pontuais nas laterais, e uma ventilação cruzada nas aberturas da frente e atrás. Une-se a isso a utilização de um material termicamente confortável entre o revestimento e a placa metálica.
Além disso, é necessário o tratamento acústico interno, por serem pequenos retangulares, propiciam eco. Uma solução é a instalação de matéria absorvente no teto e entre o revestimento das paredes e a chapa metálica do container.
As vantagens são incontestáveis: a obra chega quase pronta ao terreno, já revestida, é necessário apenas conectar os containers e ligá-los às redes de luz e água. Em zonas de difícil acesso, uma obra rápida que não requer tanto trânsito de veículos é ideal, e com a utilização desse material é possível se construir uma casa em até 3 semanas.


           Também é ecologicamente correto. O aproveitamento de material nobre descartado gera economia de recursos naturais que seriam utilizados na obra, como areia, tijolo, cimentos, água, ferro e etc. E conseqüentemente gera redução de entulho, um dos maiores problemas na construção civil em cidades como Juiz de Fora.

           Diante de tantas vantagens, acho que está na hora de o brasileiro deixar um pouco os vínculos tradicionalistas de lado e começar a pensar no futuro. Pode ser que essa “moda” não pegue, mas abrir os olhos para as novas tecnologias e opções viáveis, ainda que não dêem tanto status, talvez não seja mais uma opção.

Por Daniela Pereira Almeida

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Art Project – Obras de arte ao alcance de todos.

‘’Explore museus de todo o mundo, descubra e veja centenas de obras de arte em níveis de zoom incríveis, e até mesmo crie e compartilhe sua própria coleção de obras-primas. ’’

     
     É isso que o Google promete, e cumpre! Art Project é o Street View dos museus. O projeto propõe um percurso virtual de 360 graus pelas galerias dos museus mais famosos do mundo e permite que qualquer utilizador descubra e visualize virtualmente mais de mil obras de 17 dos principais museus do mundo. As obras selecionadas pelos museus foram capturadas usando a tecnologia gigapixel (resolução de 7 bilhões de pixels) que permite uma visão microscópica do quadro. É possível focalizar um pequeno detalhe do quadro sem por isso perder qualidade de imagem.

     The Metropolitan Museum of Art e o MoMAde New York, The State Hermitage Museum de São Petersburgo, Tate Britain e aThe National Gallery em Londres, Museo Reina Sofia em Madrid, a Galleria Uffizi em Florença e o Van Gogh Museum em Amsterdam são algumas das instituições que participaram do projeto.

     O projeto facilitou o acesso à arte para milhões de pessoas que não podem visitar um museu. E para os amantes da arte essa é uma ferramenta imprescindível.
     Assista ao vídeo para ver como o Art Project é produzido:

 Por Camila Fonseca Pinheiro

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Tijolo feito a base de bactérias promete tornar as casas mais ecológicas



Com uma mistura de solução de bactéria com areia, o professor de arquitetura da Universidade de Sharjah, em Abu Dhabi, criou uma forma alternativa de produção do tijolo que pode poupar a atmosfera de receber 800 milhões de toneladas de CO2 ao ano.

Cada tijolo convencional libera para a atmosfera cerca de 600 gramas de gás carbônico, principalmente pelo fato da produção precisar de aquecimento em fornos alimentados com carvão. Hoje, são produzidos cerca de 1,3 trilhão de tijolos ao ano.

Com essa nova forma de produção, os tijolos não seriam levados ao forno: um composto a base de bactérias é misturado com areia, fazendo com que ela se precipite em forma de calcita, unindo tudo em uma pedra de areia em cerca de uma semana. Uma nova solução fácil, barata e rápida.

Por Vitor Wilson

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Vem aí a terceira edição do ‘’Seminário Memória: Patrimônio, Oralidade e Acervo’’.


     O seminário, promovido pela prefeitura de Juiz de Fora / Funalfa, tem como objetivos contribuir para a valorização da história e de memória, através da preservação e divulgação dos nossos bens culturais: registros orais, patrimônio cultural material e imaterial, acervos arquivísticos e museológicos, além de ser uma oportunidade para ampliar e aprofundar os debates e as reflexões realizadas nas edições anteriores do evento.

     Também está prevista uma oficina sobre conservação preventiva do acervo fotográfico que visa estimular o setor público a capacitar profissionais para atuarem nos diversos espaços de memória. 

     Entre os especialistas convidados para o evento estão:
*Hebe Mattos, professora doutora da Universidade Federal Fluminense (UFF); 
*Janine Inez Rossato, professora doutora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS); 
*Regina Abreu, professora doutora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio); 
*André Andion Ângulo, professor mestre da UFF e museólogo responsável pela Reserva Técnica do Museu da República (Ibram/MinC); 
*Rosali Maria Nunes Henrique, doutoranda em Memória Social pela Unirio e mestre em Museologia pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia de Lisboa, Portugal;
*Sonia Regina Miranda, professora doutora da UFJF.

     O evento é gratuito e acontece de 20 a 23 de setembro, no Instituto Metodista Granbery – Anexo 1 (Rua Batista de Oliveira 1.145). O público-alvo são historiadores, pesquisadores, jornalistas, arquitetos, artistas plásticos, pedagogos, psicólogos, museólogos, turismólogos, bibliotecários, estudantes e comunidade em geral. Mas atenção! As inscrições vão até dia 9 de setembro, das 9h às 12h e das 14h às 17h, na Funalfa (Av. Rio Branco, 2234).


     Outras informações com a Assessoria de Comunicação da Funalfa, pelo telefone 3690-7044.

Por Camila Fonseca Pinheiro

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

De estudante para estudante

A arquitetura é feita de pessoas para pessoas, e antes de ser uma arte ela é um instrumento social. Em um bairro nobre, uma residência com técnicas, estilo e materiais contemporâneos pode representar para seus usuários uma inserção na elite local. Em um conjunto habitacional uma residência com paredes rebocadas e pintadas, um piso bonito e um jardim arrumadinho na frente pode representar aos seus usuários a inserção à sociedade, o início de uma nova etapa de vida.
Naturalmente a cidade necessita de algumas arquiteturas espetaculares em maior escala que representem a sua identidade, servindo muitas vezes como referência; são os chamados marcos, pontos nodais, etc. Mas, excluídos esses casos, a cidade não precisa que cada nova arquitetura que seja feita brigue para se tornar o centro das atenções, transformando o trajeto da cidade em um caos, cansando a vista de seus habitantes.
No livro Saber Ver a Arquitetura, Bruno Zevi expõe claramente que a arquitetura  é uma das poucas artes que você não apenas observa por fora, você interage com ela, você vive ela, e este é o verdadeiro centro dessa arte; portanto um edifício deve ser projetado não apenas para o transeunte de fora, mas principalmente para quem está do lado de dentro. Se ela não cumprir essa função ela passa a ser uma arquitetura chamada de arquitetura de espetáculo.
É difícil para leigos entenderem a arquitetura em si, principalmente se o autor responsável se limita a representá-la apenas por plantas, cortes e fachadas. Existem muitos meios de representação além desses, como desenhos, esquemas, músicas, textos, isométricas, fotos, vídeos, entre outros; e quanto mais meios você usar, mais fácil fica para as pessoas captarem a essência da sua obra. O próprio Oscar Niemeyer, no documentário “A Vida é Um Sopro”, diz que quando chega a uma idéia ou solução que o agrada ele passa a redigir um texto, e se no final as idéias do texto não representam o que realmente foi feito ele volta pra prancheta. E nada como refazer seu projeto e ter a chance de torná-lo ainda melhor.

(Clique aqui para ter acesso ao documentário)


Isso nos mostra que na arquitetura é essencial não se ter preguiça, e dar sempre o melhor de si. O papel que temos nas mãos é de grande responsabilidade, pois uma música mal feita ou um livro mal escrito podem ser facilmente esquecidos ao longo dos anos, mas uma arquitetura fica lá por décadas, talvez séculos.
Portanto, fica a dica para os novos ingressantes no curso, é difícil no inicio entender a complexidade da arquitetura, e a leitura de alguns livros me ajudaram bastante nesse sentido, dentre eles estão:

-O Que é Arquitetura - Carlos A. C. Lemos, Coleção Primeiros Passos


-Saber Ver a Arquitetura – Bruno Zevi

-A Arquitetura da Felicidade - Alain de Botton

Por Daniela Pereira Almeida

Busca

    Visualizações da página

    Translate