sexta-feira, 29 de junho de 2012

Juiz de Fora 360º


Termina neste domingo o período de uma exposição de fotografias em 360º, com inovadora visão sobre a cidade de Juiz de Fora, capturada pelos fotógrafos Kemptom Vianna e Mike Britto.

Dezenas de fotografias estão disponíveis ao público no Shopping Independência. A mostra também marca o lançamento do livro de mesmo nome com muitas outras obras.

A exposição é um projeto financiado pela Lei Murilo Mendes de incentivo a Cultura, e o livro Juiz de Fora 360º é um projeto aprovado na Lei Rouanet.

Vale a pena visitar!

Por Jéssica Rossone

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Minuscon/ Construir Minas 2012


 (Daniel Cruz/divulgação)
Edição Minuscon, Expominas, por Daniel Cruz
Entre os próximos dias 27 e 30 de junho, acontecerá a 8ª edição do evento  Minascon/Construir Minas, que nesta edição contará com cerca de 30 expositores nas modalidades acabamentos, alarmes, alvenaria, conectores, elevadores, equipamentos de segurança, iluminação, piscinas, saunas, paisagismo, jardinagem, vidros, fechaduras, ferragens, entre outros. 

Com a expectativa de aumentar em 20% o número de visitantes e de expositores nacionais e internacionais, será uma realização conjunta da Câmara da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Fagga GL Exhibitions e Tambasa Atacadistas no Centro de Exposições Expominas.

Dedicado a discutir temas de interesse do setor da construção, a programação terá debates, palestras, congressos, conferências e feira de produtos e serviços. Com o tema “Desenvolvimento e sustentabilidade”, mantém-se com conteúdo e ambiente propícios para a realização de bons negócios. A programação do Minascon é complementada pelo concurso Mãos à Obra, aberto a estudantes regularmente matriculados em cursos técnicos, de graduação ou pós-graduação das áreas de engenharia e arquitetura.

A feira constitui uma oportunidade de atualização por parte de estudantes e profissionais do ramo sobre as tecnologias e sobre o mercado de materiais de construção, além de aguçar a criatividade dos visitantes.

Por Jéssica Rossone

terça-feira, 26 de junho de 2012

Luis Ramiro Barragán Morfin

Luis Barragán nasceu na segunda maior cidade do México, Guadalajara, a 9 de março de 1902. Foi o segundo arquiteto agraciado com o Pritzker Prize, em 1980, e o único de seu país a receber o prêmio.
Um dos arquitetos mexicanos mais importantes do século XX, Barragán atuou com uma arquitetura considerada única, que mescla a ideologia do movimento moderno e o regionalismo tradicional mexicano.

Barragán viveu parte de sua infância, adolescência e início do período acadêmico durante a ditadura de Porfírio Díaz e a Revolução Mexicana. Passava as férias na fazenda serrana da família, no ambiente rural de Mazamitla, também no estado de Jalisco. Sua experiência rural viria a refletir-se na composição de sua “definição de um estilo mexicano universal”.

Ingressou na Escola Livre de Engenheiros de Guadalajara em 1919. Seu interesse por arquitetura teria nascido por influência do arquiteto Augustín Basave, seu professor. Graduou-se em 3 de dezembro de 1923. 

Entre 1924 e 1926, Barragán passou por vários países, como Espanha, França, Itália e Grécia e conheceu projetos arquitetônicos e urbanísticos da época. Em Paris, visitou a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industrais Modernas, um evento que popularizou o Art Déco e introduziu o público ao Estilo Internacional. Conheceu artistas importantes, entre eles, Le Corbusier e Picasso.

Após regressar à Guadalajara, trabalhou no escritório de seu irmão Juan Jose Barragán, também engenheiro, entre 1926 e 1936. Atuou reformando e projetando casas, com um estilo de influências da arquitetura mediterrânea e local, já aplicando o que viria se confirmar como seu estilo próprio em algumas dessas residências.

Em 1927 realizou seu primeiro trabalho, a reforma da Casa Robles León em Guadalajara. E a partir de 1928, projetou as redidências Casa Aguillar, Casa González Luna, Casa Gustavo Cristo e Casa Harper de Garibi, todas em Guadalajara.


Casa Robles León, Guadalajara, México (1927-28)



Casa de Aguilar, Guadalajara, México (1928)


Casa González Luna, Guadalajara, México (1929)

Casa Gustavo Cristo, Guadalajara, México (1930)

Casa Harper de Garibi, Guadalajara, México (1929-34)

Em 1931, viajou aos Estados Unidos e em 1932 fez sua segunda viagem à Europa, visitando também a África. Retornou ao México fez uma reforma na casa de sua família. Barragán reduziu os elementos à mínima abstração, retirou as ornamentações ecléticas e aproximou a casa das típicas construções rurais, fazendo aparecer em sua obra, pela primeira vez, o que viria a ser recorrente em sua produção.

Em 1934-35 trabalhou no Parque da Revolução e nas habitações unifamiliares de seu entorno.

Parque da Revolução, Guadalajara, México (1934-35)

Em 1936, mudou-se para Cidade do México, na busca de melhores horizontes profissionais. Grande parte de sua obra anterior a década de 1940, consistiu em habitações unifamiliares, jardins particulares, reformas de habitações e habitações multifamiliares. A partir de então, Barragán se lança em uma arquitetura de linguagem moderna, de cores vibrantes, texturas, contrastes, luz e sombra e seu encanto pelo paisagismo o conduz a uma arquitetura de entornos naturais, onde a água se torna um elemento presente.

 

 "Na arquitetura popular dos povos de qualquer parte do mundo vemos que é sempre bela e que resolve o problema da vida comunitária. O interessante seria analisar em que consistirão essas soluções tão boas. Para poder dar, na vida contemporânea, ao ser humano essas doses de sabor que lhe evitem a angústia das cidades modernas." (Luis Barragán)



Em 1940, Barragán adquiriu um amplo terreno na então chamada Calzada de los Madereros, onde projetou alguns jardins.
Pode ali trabalhar livremente, já que eram obras que não envolviam terceiros. Valorizando as espécies locais, Barragán introduziu uma visão modernista nas obras regionalistas. Destes jardins vendeu a maior parte, reservou para si somente um.

Jardim Calzada de los Madereros, Cidade do México (1940-43)


Em 1943, Barragán adquiriu terrenos em Tacubaya onde construiu a Casa Ortega. Posteriormente sua própria residência, anexa a um taller, construído em 1948, a Casa Ortega/Luis Barragán representa plenamente sua linguagem arquitetônica. É uma das obras arquitetônicas contemporâneas de maior transcendência no contexto internacional. Reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO em 2004, é o único imóvel individual da América Latina a entrar na seleta lista. Atualmente abriga um museu e está disponível para visitações.

Casa Luis Barragán, Cidade do México (1947-48)


Porteria: local de espera e preparação dos sentidos



Vestíbulo: da penumbra à luz intensa
 
Estancia: sombra e movimento, ar e luz



Biblioteca

Taller
 
Patio de las ollas


Jardim
Confiante em seu trabalho, em 1945 Barragán decidiu atuar como empreendedor imobiliário e adquiriu terras no Pedregal de San Ángel, onde desenha o plano urbanístico e projetos de residências, junto com outros arquitetos. Apesar da qualidade arquitetônica, o empreendimento é um fracasso e leva Barragán a anos de dificuldades financeiras.

 
Jardines del Pedregal, Cidade do México (1945-54)

Barragán retorna a Guadalajara, em 1952, para construir a casa de seu amigo, Dr. Arriola. No mesmo ano, é contratado para a reconstrução de um convento em Tlálpan, no subúrbio da Cidade do Mexico, chamado Convento das Capuchinhas. Em 1955 desenvolveu para o Banco Internacional Imobiliário o residencial Jardines del Bosque, em Guadalajara e também os jardins do Hotal Pierre Marquez, em Acapulco.
Em 1955 projeto a Casa Gálvez; em 1958 Las Arboledas; em 1963, Los Clubes; todos na Cidade do México. Em 1964 e 1965 trabalhou com Juan Sordo Madaleno em um grande projeto da Capela de Lomas Verdes, que não chegou a finalizar. Em 1967, projetou Manzana de San Critóbal;  e em 1976 a Casa Gilardi, também na capital mexicana. Em 1979 projetou o Faro del Comercio para a cidade de Monterrey.
As Torres Satélite foram construídas em 1957, um conjunto de torres coloridas projetadas para um movimentado cruzamento na Cidade do México, juntamente com Mathias Goeritz.

Torres de la Ciudad Satélite, Cidade do México, México (1957-58)


Luis Barragán recebeu o Prêmio Nacional de Las Artes em 1976, no México e, no mesmo ano se tornou membro do Instituto Americano de Arquitetos. Em 1980, recebeu Prêmio Pritzker. Mais tarde, em 1984, tornou-se membro honorário da Academia e do Instituto Americano de Artes e Letras, em Nova York. Também em 1984 recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Guadalajara e em 1985 recebeu o Prêmio Anual de Arquitetura Jalisco.

Luis Barragán faleceu em 22 de novembro de 1988, em sua casa na Cidade do México.
  
                “Eu trabalho por observação e intuição, por leituras e por viagens.” (Luis Barragán)

“Quando começo um projeto, normalmente não toco em nenhum lápis, nem desenho. Eu me sento e trato de imaginar as coisas mais loucas. É um processo de loucura… Depois de imaginar, deixo que estas idéias se assentem na minha mente por vários dias. Depois volto a elas e começo a desenhar pequenos croquis em perspectivas. Não desenho em uma prancheta. Dou estes croquis a um estudante e começamos a desenhar as elevações e as plantas. Quase sempre fazemos maquetes de papelão para trabalhar e fazer mudanças contínuas. Traço quase sempre, mais de 10 alternativas. Então, coloco-as na parede e seleciono a que me parece mais atraente. Quando a obra inicia, faço os trabalhadores ampliarem as paredes, subi-las e baixá-las e, inclusive, suprimí-las. Eu acho que como os pintores podem mudar uma pintura completa, os arquitetos também devem fazer isso com o seu trabalho.” (Luis Barragán)

Por Jéssica Rossone

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Parametricismo

         
Você sabe o que é Parametricismo? O nome originário do inglês Parametricism e criado por Patrik Schumacher no Manifesto Parametricista, foi inicialmente apresentado na Bienal de Arquitetura de Veneza em 2008. A idéia é criticada por muitos principalmente por se questionar a contínua classificação da arquitetura em estilos ou tendências “ismos”. Quatro anos se passaram e o termo ainda não é muito usual.

Difícil tatear essa expressão, no entanto me chama muito a atenção por ser uma forma recente de conceber projetos altamente atrelada a tecnologia e que gera formas únicas e extremamente sedutoras. Schumaker definine o “Parametricismo” como o “estilo do século XXI”, sucessor do Modernismo e do que ele chama de “episódios intermediários” do Pós-modernismo e do Deconstrutivismo.



Modelagem generativa: pavilhão de treliça óssea


Schumaker desenvolve um extenso trabalho com Zaha Hadid e ambos defendem uma tese central: a arquitetura precisa reconstruir sua especificidade e poética própria, desligando-se de outras disciplinas. E para isso, os arquitetos precisam “criar um impacto, como o Modernismo fez”. Em tempos atuais não é mais cabível os princípios do Modernismo(“separação, especialização e repetição”) e sim a variação, a diferenciação e a correlação, potencializados pelo uso das ferramentas oferecidas pelas novas tecnologias (modelagem e simulação digital, basicamente).


Nordpark Cable Railway, Zaha Hadid


Nessa arquitetura fluida pragmatizada por Zaha Hadid, é necessário que os espaços fluam assim como as formas, em continuidade e sem qualquer tipo de segregação. Quando se vê os trabalhos de Hadid nota-se esse discurso traduzido através da manipulaçao livre da geometria.

Isto é o que Schumaker denomina de "Parametricismo": uma “teoria unificada”, supostamente capaz de resumir e superar todas as outras teorias contemporâneas, e basicamente definido em termos de superfícies não planares e formas maleáveis, em vez de formas ideais e sólidos rígidos; e de sistemas interconectados e correlacionados, em vez de unidades autônomas e autosuficientes.


Por Vitor Wilson


quinta-feira, 21 de junho de 2012

ENEA Salvador 2012

Entre os dias 20 e 27 de julho deste ano, acontece o XXXVI ENEA, que terá na edição deste ano, a capital Salvador como sede.


Para a criação do 36º ENEA SALVADOR o desdobramento da sua temática gira através de uma comparação em relação às primeiras experiências na vida de um indivíduo e como o traçado de sua vida é definido através destes momentos.

Salvador, sendo a primeira capital do Brasil, experimentou durante cinco séculos toda a opulência do desenvolvimento do país e se tornou a terra onde todos os ritmos, todas as cores, todas as crenças e ideologias convivem na sua mais pura essência, lado a lado, construindo um único espaço... Estas “cidades” que compõem a contemporânea Salvador são o registro de uma história que reflete a própria historia do povo brasileiro, uma nação onde sua maior riqueza reside na sua multipliCIDADE.

A temática toma como base a própria cidade de Salvador. “Da primeira à multipliCIDADE” aborda Salvador como objeto de observação e de estudo, dando foco às vivências e visitas guiadas para que  a cidade seja, de fato, vivida pelos participantes. Possibilitando ao estudante observar e tirar conclusões da cidade a partir dos seus próprios olhos. Proporcionando um conhecimento dos territórios e da comunidade além das fronteiras físicas, sociais e culturais.

Dividindo um mesmo espaço físico, as “cidades” que habitam Salvador podem ser interpretadas, estudadas e vivenciadas a partir das abordagens dos eixos temáticos.

Desta forma, o ENEA buscará traduzir sua temática dentre as atividades a serem desenvolvidas no encontro, tais como palestras, vivencias, oficinas, mesas redondas entre outras. 

As vivências terão como cenário a cidade, em conjunto com a comunidade, que é o principal elo de comunicação com o território urbano. As discussões, também presentes no dia a dia do encontro, serão momentos de opinião, criticas, informação e troca de experiências e idéias entre os participantes, além de sintetizar os debates que tiveram foco durante as vivências. Convidados de várias partes do Brasil poderão contribuir com discussões em mesas de debates e palestras que procurarão valorizar a participação dos participantes, que é o principal agente de interpretação da cidade, além de idealizar em si mesmo o futuro do profissional arquiteto/urbanista envolvido com as questões político-sociais e estruturais das cidades.

O cronograma será organizado com base na distribuição dos eixos temáticos, os quais possuem função de direcionar as atividades. Viver as “cidades” e se perder na mistura de suas singularidades. O processo, a passagem, a variedade e a multiplicidade são características apontadas pela historia e transformação da cidade de Salvador.

Olhar, viver, usar, sentir, falar e agir. Estas são as propostas das dinâmicas, vivências e atividades do ENEA Salvador. 

ENEA Salvador 2012
OS SUB EIXOS

Os sub eixos serão marcados por cinco cidades, onde as mesmas têm como propósito direcionar o processo de expansão urbanas da cidade de Salvador, assim como fomentar discussão em torno das particularidades, semelhanças e problemáticas vivenciadas em Salvador e em todas as outras cidades do Brasil.

As cinco cidades em questão são:


CIDADE MATRIZ: A cidade Matriz propõe abordar a cidade de Salvador enquanto mãe do Brasil, propondo uma visão panorâmica, a fim de enfatizar a sua origem, suas influencias, seu contexto geopolítico, cultural e social, desvendando as suas primeiras manifestações enquanto cidade.

Palavras chave: Ocupação primária urbana; Patrimônio Histórico; Culturas Influentes.

CIDADE INTRAMUROS : A cidade Intramuros desvenda a fundação da cidade-fortaleza chamada de São Salvador, revelando o desdobramento do seu nascimento, já cidade, já capital, sem nunca ter sido província... revelando os limites amuralhados da cidade e suas fases. É nela que será abordado o diferencial de Salvador, enquanto primeira capital do Brasil, por ter experimentado durante cinco séculos toda a opulênciado desenvolvimento do país.

Palavras chave: Primeiros séculos; configuração inicial da cidade; cidade fortificada.

CIDADE EXPANDIDA: A cidade expandida aborda a problemática da ocupação urbana em Salvador, trazendo uma reflexão acerca das ocupações irregulares x mobilidade urbana x especulação imobiliária x sustentabilidade em uma cidade que é comercializada tanto para fora, enquanto cartão postal, quanto para dentro, através de interesses mercadológicos que acabam por descaracterizar a própria identidade da cidade, causando um impacto da imagem urbana sobre o ponto de vista histórico, social e cultural.

Palavras chave: Ocupação irregular; Sustentabilidade; Mercado Imobiliário; Expansão urbana; Novas formas de morar.

CIDADE SAGRADA E PROFANA: A "Cidade Sagrada e Profana" propõe revelar uma cidade onde à variedade de religiões, seitas, igrejas, terreiros, vaidades, luxurias e crenças, separadas ou totalmente misturadas compõem harmoniosamente uma Salvador múltipla, onde a fusão de diferentes elementos culturais, ou até antagônicos desvendam uma cidade de identidade singular... De todos os santos, encantos e axé, sagrado e profano, o baiano é...

Palavras chave: Mistura; multiplicidade; crenças; diversidade.


CIDADE ESQUECIDA : A "Cidade Esquecida" propõe uma reflexão sobre as contradições entre uma Salvador vendida pela mídia e uma Salvador vivenciada pelos que nela habitam. As belezas naturais não disfarçam o descaso governamental, a falta de infraestrutura, a decadência de edificações -inclusive de valor histórico e cultural -, enfim, o não direito à cidade.

Palavras chave: Baía esquecida; subúrbio; ocupações periféricas.

As inscrições para participantes seguem até o dia 06/07.

Visite o site www.eneasalvador2012.blogspot.com.br/ e conheça a proposta!

Por Jéssica Rossone

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Desfecho favorável da Rio+20

             
O texto que será apresentado pela ONU a mais de cem chefes de estado na Rio+20 foi finalmente concluído. Depois de muita negociação, os prazos foram cumpridos e o texto sobre “Oceanos” foi aprovado, assim como outras questões.

Países como Estados Unidos e União Europeia fizeram críticas a pontos específicos, mas aprovaram o documento, considerado uma grande vitória pelo governo brasileiro, organizador da cúpula.

O texto da Rio+20 possui 49 páginas e 283 parágrafos, seu primeiro rascunho sugere a criação de um fórum político de alto nível para o desenvolvimento sustentável dentro das Nações Unidas, reforçando que o tema deverá ser discutido com maior importância a partir da conferência do Rio de Janeiro.

Um dos destaques vai para a parte do documento que estabelece a erradicação da pobreza como o maior desafio global do planeta. O texto recomenda ainda que “o sistema da ONU, em cooperação com doadores relevantes e organizações internacionais”, facilite a transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento. A reunião entre os líderes governamentais começa nesta quarta-feira, 20 de junho.

Informações G1 e Veja Online.

Por Vitor Wilson

terça-feira, 19 de junho de 2012

Cidades cidades, utopias à parte: Cidade Industrial

A separação das diferentes funções da cidade: trabalho, habitação, tráfego e recreação. Um espaço próprio para cada uma, de modo que uma futura expansão de qualquer uma delas não implicasse a alteração das outras. As disposições geográficas utilizadas com tal finalidade.

Longos blocos residenciais, com suas áreas verdes, planejados de modo a formar unidades de vizinhança, com suas próprias escolas e todos os equipamentos necessários. Medidas iguais, exatas. Os projetos para cada edifício compreendendo todos os detalhes construtivos e estudos para disposição de móveis. Todos os detalhes no desenho. O principal material? O concreto armado.


Tony Garnier

Tony Garnier foi um arquiteto e urbanista francês nascido em 1969, na cidade de  Lyon. Cresceu em um bairro de operários radicais e permaneceu ligado à causa socialista até sua morte em 1948. Sua formação e sua carreira profissional estão intrinsecamente ligadas à sua cidade. Quando Garnier nasceu, Lyon era um dos mais progressistas centros fabris da França e seu crescimento foi estimulado por uma das primeiras ligações ferroviárias francesas. A influência desse ambiente em que Garnier nasceu, mais tarde se destacaria em seu projeto para a Citté Industrielle apresentado em 1904 pela primeira vez. Ao entrar na École des Beaux-Arts em Lyon e depois em Paris, ele passou a ser influenciado também por Julien Guadet  que como professor de teoria, ensinava não só o Racionalismo clássico, mas também análise de programas e classificação de edifícios.

Garnier conquistou o Prix de Rome em 1899 e passou mais quatro anos na Academia Francesa de Villa Medici. Em 1892, deixou-se envolver mais  pelo clima radical de Paris, presidido por Jean Jaurès, deputado socialista em 1893, e continuou a desenvolver seu projeto urbano ao longo de sua permanência.

Desde 1904, data da apresentação da primeira versão da Citté Industrielle, até 1939, Garnier dedicou-se exclusivamente à cidade, contratado pelo prefeito Édouard Herriot.

Citté Industriale


A proposta era, sobretudo de uma cidade socialista sem muros ou propriedade privada, onde todas as áreas não construídas eram parques públicos. O plano linear de Garnier separava as zonas: existiria o agrupamento racional da indústria, da administração e das residências, além da exclusão dos pátios internos e estreitos, criando uma quantidade suficiente de espaços verdes na cidade. Além dessas características no planejamento urbano, havia também o uso do novo material, o concreto armado, que era a potencialidade estética do século XX.
A Cidade Industrial de Tony Garnier foi criada em 1901 e exposta em 1904, esse projeto de planejamento urbano era a planificação do que deveria ser uma cidade moderna. Projetada para 35000 habitantes, a cidade industrial antecipava alguns princípios da Carta de Atenas do CIAM de 1933.

“Construída sobre uma escarpadura do rio, numa paisagem montanhosa que, em termos gerais, correspondia à de Lyon, a cidade industrial de Garnier, com 35.000 de habitantes, não era apenas um centro regional de tamanho médio, sensivelmente relacionado com seu entorno, mas também uma organização urbana que antecipava, com seu zoneamento, os princípios da Carta de Atenas dos CIAM de 1933.” (FRAMPTON, 2008)


“Uma cidade industrial tem como princípios diretores a análise e a separação das funções urbanas, a exaltação dos espaços verdes que desempenham o papel de elementos isoladores, a utilização sistemática dos materiais novos, em particular do concreto armado.” (CHOAY, 1979)




Para o estudo da cidade industrial foi escolhida a região Sudeste da França. Essa área foi determinada depois de concluído que ela era bem localizada e teria suas necessidades sanadas por soluções próximas. Alguns fatores que levaram a essa escolha foram: a presença de matéria-prima, a força natural que pode ser usado pelo homem (um leito da torrente represado) e a comodidade dos meios de transporte devido a uma estrada de ferro próxima à área.

Para dispor as construções na cidade buscou-se levar em conta as necessidades materiais e morais do indivíduo, então se criou regulamentos para manter a qualidade de vida humana. As divisões da casa deveriam corresponder aos regulamentos e cada habitação deveria dar acesso para a construção localizada atrás, criando um passeio público que permitiria o acesso em qualquer sentido desejado dentro da cidade.

“Garnier havia dado um grande passo adiante ao tratar toda uma cidade sem se perder numa infinidade de detalhes, como muitos de seus contemporâneos. Seus projetos para casas, escolas, estações ferroviárias e hospitais também representaram um grande avanço.” (GIEDION, 2004)
Plano da cidade industrial


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Zona Industrial
“Queremos dizer que cada construção deve deixar, na parte não construída de seu lote, uma passagem livre que vai da rua à construção situada atrás. Essa disposição permite que se atravesse a cidade em qualquer sentido, sem ser preciso passar pelas ruas; o solo da cidade, visto que em conjunto, é como um grande parque, sem nenhum muro divisório limitando os terrenos” (CHOAY, 1979)
  
Nas residências, os dormitórios deveriam ter pelo menos uma janela grande orientada para o sul, para entrada dos raios solares; os pátios sem iluminação e ventilação natural eram proibidos; as paredes internas das casas e o chão eram de materiais lisos e formavam ângulos arredondados.

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Zona Residencial
Os terrenos para a construção das casas dos bairros residenciais eram inicialmente divididos em 150 metros no sentido leste-oeste e de 30 metros no sentido norte-sul, dividindo em lotes de 15 por 15 metros, sempre com um lado voltado para a rua, podendo cada habitação ocupar quantos lotes fossem necessários. A superfície construída não deveria ultrapassar a metade da superfície total do terreno, e com o restante seria feito um jardim publico utilizado pelos pedestres.
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Planta de uma residência
No centro da cidade havia um amplo espaço para os estabelecimentos públicos, que formavam três grupos: I, II e III, que são respectivamente, de serviços administrativos e sala de assembléia, de coleções e de estabelecimentos esportivos e espetáculos. Os grupos II e III ficavam em um parque limitado ao norte pela rua principal e o grupo I ao sul, limitado por um terraço ajardinado. O grupo I é formado por salas para ouvir o que ocorrem nas seções parlamentares, para conferências, reuniões para sindicatos e grupos diversos. Todas estas salas têm acesso através de um grande pórtico que forma uma galeria coberta, no centro da cidade, onde se pode circular dentro e serve de abrigo para dia de chuvas.

Ao sul do pórtico há uma torre com um relógio, que é visível pela cidade toda, indicando seu ponto central. Para os setores administrativos, como cartório, tribunal de justiça, escritórios, laboratórios de análises, arquivos administrativos, serviços de organização do trabalho, hotéis, restaurantes são distribuídos em prédios e mais ao sul, na rua principal ficam o correio, telégrafos e telefones. O grupo II corresponde às coleções históricas: arqueológica, artísticas, industrial o comercial. O grupo III possui a sala de espetáculo, apresentação ao ar livre, ginásios, casa de banhos, quadras, pistas.

As escolas primárias ficavam espalhadas pelos bairros, na extremidade nordeste ficam as escolas secundárias, com cursos de administração e comércio, existe também as escolas profissionais artísticas, com arquitetura, pintura; e as profissionais industriais, com cursos de industria metalúrgica e preparação de seda.
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Escola Profissional

Os estabelecimentos sanitários, como hospital, setor helioterápico, setor de doenças contagiosas, inválidos, ficavam situados na montanha, ao norte, protegidos dos ventos frios. A administração cuida dos serviços de esgoto, lixo, água, fornecimento de energia, matadouros, serviços de fabricação de farinha e pão, armazéns de produtos farmacêuticos e lácteos.
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Estação Central da Cidade Industrial


Considere-se utopia, ou não, a Cidade Industrial nos revela sua presença nos dias atuais. Seja para causar uma visão boa ou ruim, seus conceitos resistem nas mais variadas formas de cidades. E a partir de então, compreendemos que as cidades são constantes, a partir do momento em que nós as permitimos mudar.

“A principal fábrica está localizada na planície, na confluência da torrente e do rio. Uma estrada de ferro passa entre a fábrica e a cidade, que está em um planalto, e ainda mais acima estão os estabelecimentos sanitários.“ Cada um desses elementos principais (fábrica, cidade e estabelecimentos para enfermos) está isolado de modo que se passa dispor de superfície livre em caso de necessidade, o que permitiu que continuássemos com o estudo até um ponto de vista mais geral.” ( CHOAY, 1979)

 “As utopias não são muitas vezes mais que verdades prematuras” (Lamartine) “(…)E é isso que dá aos nossos sonhos a ousadia: eles podem ser realizados.” (Le Corbusier)
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Referências:

CHOAY, F. O urbanismo: utopias e realidades, uma antologia. São Paulo: Editora Perspectiva, 1979.

FRAMPTON, Kenneth. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
Por Jéssica Rossone

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Philip Cortelyou Johnson

Nascido em 7 de agosto de 1906, o arquiteto norteamericano Philip Jonhson é considerado um dos pais da arquitetura moderna e foi um dos principais arquitetos do século XX. 

Philip nasceu em Cleveland, Ohio. Graduou-se em Arquitetura e fez Mestrado em História da Arquitetura na Harvard University. Logo depois foi nomeado diretor do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MOMA). Abandonou o cargo somente durante a Grande Depressão, quando decidiu dedicar-se às carreiras de jornalismo e política agrária populista.

Em 1930 Johnson simpatizou-se com o nazismo, e passou a expressar idéias anti-semitas. Sobre este período da sua vida, ele disse mais tarde: "Eu não tenho desculpa para tal estupidez inacreditável ... Eu não sei como vou expiar a minha culpa".

Como correspondente, Johnson observou a convenção nacional do partido nazista em Nuremberg, na Alemanha e cobriu a invasão da Polônia em 1939. A invasão mostrou o ponto de ruptura do interesse Johnson em jornalismo ou política - ele alistou-se no Exército dos E.U.A. Após alguns anos, Johnson voltou para a Harvard University, e finalmente, prosseguiu a sua carreira de arquiteto. 

Em 1967 se uniu a John Burgee, e manteve com ele uma parceria de 20 anos. Nesta época, os dois realizaram um grande número de projetos. Johnson chegou a se encontrar com Le Corbusier e Mies Van der Rohe, e com este último, criou uma relação estreita, que futuramete se tornaria uma parceria que resultaria na criação do projeto do famoso Edifício Seagram.

Em 1978 Johnson foi homenageado pelo AIA (Instituto Americano de Arquitetos) com a Gold Medal, e em 1979 recebeu a primeira edição do Prêmio Pritzker, considerado o prêmio mais importante da arquitetura.
  
A Glass House é considerada a principal obra de Philip Johnson. Construida em 1949 em New Canaan, Connecticut, foi desenvolvida para si próprio como tese de mestrado quando foi aluno em Harvard. O  arquiteto se referia a ela como "o diário de um arquiteto excêntrico". 



Glass House, New Canaan, Connecticut (1949)

 Suas paredes externas são de vidro, a cozinha é aberta e não há divisórias internas. As instalações sanitárias ficam dentro de um cilindro de tijolos, onde fica incrustada a lareira.


Suas fachadas são compostas simetricamente o que acentua o conflito com o interior assimétrico perfeitamente visível através dos painéis de vidro. Atualmente, é considerada um patrimonio histórico, e está disponível para visitações.

O seu primeiro projeto residencial realizado em Bedford, Nova York, é constantemente alvo de comparação com a Glass House.

Booth House, Bedford, Nova York

Podemos perceber as semelhanças de partido quando observamos o conjunto da lareira rodeada por paredes de vidro, além da disposição da mobília no espaço sem divisórias.


O Edifício Seagram, em colaboração com o arquiteto Mies Van der Hohe, foi inaugurado em 1958 na cidade de Nova York. Com 38 pavimentos, é um dos melhores exemplos do funcionalismo incorporado nas correntes do modernismo que explodia na época.

Seagram Building, Midtown Manhatann, NY (1958)
A torre foi considerada uma das construções mais caras da época. A estrutura é combinada de aço e concreto e a decoração, feita com vários tipos de metais, dentre eles o bronze.



 Vista Frontal, Park Avenue, Midtown Manhatann

O restaurante The Four Seasons é parte integrante do Edifício Seagram e foi um trabalho conjunto de design dos arquitetos Mies Van der Hohe e Philip Johnson.
The Four Seasons Restaurant, in the Seagram Buildig, NY (1959)

Outras obras de Philip Johnson:

Ponto de Simetria, Pennzoil Place, Houston, Texas (1975)

Tata Theatre, Bombaim, India (1980)

PPG Place, Pittisburg, Pennsylvania (1984)

Bank of America Center, Houston (1984)

U. S. Bank Tower, Los Angeles, California (1989)

Puerta de Europa, Madri (1996)

Philip Johnson também foi um crítico, escritor e historiador. Apesar de sua forte ligação com a arquitetura, foi somente aos 36 anos que Johnson elaborou seu primeiro projeto arquitetônico.

A denominação arquitetura desconstrutivista surgiu a partir de uma exposição realizada no MOMA em 1988 em Nova York, organizada por Marc Wigley e Philip Johnson, e incluiu nomes como Peter Eisenman, Frank Gehry, Zaha Hadid, Coop Himmelb(l)au, Rem Koolhaas, Daniel Libeskind e Bernard Tschumi.
Livro: The Internacional Style: Architecture since 1922, autografado por Philip Johnson

Philip Johnson foi um dos responsáveis pelo termo international style. Este termo passou a identificar um estilo arquitetônico funcionalista que pregava a idéia de que a arquitetura deveria ser industrial, econômica e acessível. A origem do termo se encontra no título de um livro publicado em 1932 por Henry-Hussel Hitchcock e Philip Johnson. No mesmo ano, a Exposição Internacional de Arquitetura Moderna no MOMA de Nova Iorque contribuiu para a divulgação do movimento, tornando-o uma das tendências dominantes da arquitetura do século XX.


Por Jéssica Rossone

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