O MGTV 2ª edição de hoje, abordou a
situação do Marco Comemorativo do Centenário de Juiz de Fora,
que se encontra em péssimo estado de conservação com pichações, infiltrações,
acúmulo de lixo no entorno e com muitas pastilhas soltas.
Atual situação do Marco - imagem retirada do site acessa.com
Devido a isso, o Ministério Público Estadual de
Minas Gerais (MPMG) moveu uma ação em que pede adoção de medidas para a
preservação do Marco, tombado pelo município e pela União. Na ação contra o
município, os promotores solicitam a elaboração e execução de um projeto de
requalificação do espaço da Praça da República. Entre as demandas necessárias
ao espaço destacam-se os projetos paisagístico e luminotécnico, instalação de
mobiliário urbano adequado, a instalação de placa
informativa sobre a história, a autoria e a importância do monumento, bem como
a conservação permanente com manutenção de guarda no local e principalmente a restauração do Marco.
O propósito é de criar um espaço mais atrativo à visitação e permanência dos habitantes
junto a um dos principais atrativos culturais e turísticos da cidade.
“O Marco do Centenário merece o devido destaque,
posto constituir-se o primeiro mural modernista em mosaico instalado em praça
pública no Brasil. Apesar da notável relevância, o monumento e a Praça da
República encontram-se na mais absoluta situação de abandono”, garatem o
promotor de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural de Juiz de Fora, José
Célio Martins de Abreu, e o coordenador da Promotoria Estadual de Defesa do
Patrimônio Cultural de Turístico de Minas Gerais, Marcos Paulo de Souza
Miranda.
A Funalfa esclarece que recebeu cópia da
notificação feita ao município pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan) e que tem consciência do problema no Marco
Comemorativo do Centenário de Juiz de Fora e alegou que “Dentro do limite de
suas atribuições, a Fundação afirmou que vem buscando uma solução e que, neste
momento, se esforça por uma articulação entre diversos órgãos da Prefeitura
Municipal para responder, devidamente, ao Iphan.”
O monumento localizado na Praça da República, no bairro
Poço Rico, foi projetado
pelo arquiteto e engenheiro Arthur Arcuri em 1949, com o desenho de seu painel concebido
por Di Cavalcanti em 1950, ano em que se começou a construção. A obra foi finalizada
em 1951. O monumento modernista foi influenciado pela obra de Oscar Niemayer e
projetado para marcar o aniversário de cem anos de fundação da cidade, levando
a arte para a praça pública, com o intuito de atingir ao público que passa por
ali seguindo ao centro da cidade.
Segundo Arcuri, o monumento foi
idealizado como resposta a nova arquitetura onde buscava-se uma forma simples, “uma
parede que se curva, se desenvolve e se eleva – e a valorizamos com materiais
construtivos de nossa época – concreto, cerâmica, pedra – explorando sua cor
natural".
Além do Marco Comemorativo do Centenário de Juiz de Fora, Arcuri
se destacou através de sua produção arquitetônica, fundamental para arquitetura da cidade, sendo o
Campus da Universidade Federal de Juiz de Fora um dos exemplos de sua obra.
Por Giulia Drumond