Will Eisner foi um dos maiores quadrinistas que o século XX já produziu. Ele não se formou em arquitetura nem urbanismo ou qualquer área que é frequentemente citada neste Blog, mas Eisner era um homem com uma sensibilidade observacional impressionante.
O artista nasceu no Brooklyn, Nova York (EUA), em 1917 e faleceu na Flórida (EUA) em 2005. Durante seus 70 anos de carreira trilhou todo o caminho que a os quadrinhos proporcionavam, desde desenhista, roteirista, arte-finalista, editor, cartunista, empresário e publicitário, se tornando um exemplo em todas estas áreas.
Dotado de uma sensibilidade incrível, seus quadrinhos envolviam diversos temas, mas um bastante recorrente eram as pesadas críticas sociais ao modo de vida das grandes metrópoles, principalmente Nova York. Suas histórias eram sobre os seres humanos, mas seres humanos inseridos em seu meio urbano, a selva de pedra. Expandia toda sua genialidade sobre a análise sutil e ao mesmo tempo direta sobre as situações mais absurdas das grandes metrópoles, mas que estamos completamente absorvidos e alheios no dia a dia. Sua obra mais renomada neste tema é "Nova York: A vida na grande cidade" que é um compilado de histórias observacionais que Will colecionou. Lançado pelo selo Quadrinhos na Cia., da Companhia das Letras, reúne quatro graphic novels escritos e desenhados por Will entre os anos de 1981 e 1992. São eles: “Nova York: A Grande Cidade”, “O Edifício”, “Caderno de Tipos Urbanos” e “Pessoas Invisíveis”. Suas histórias eram escritas seja em passeios pela metrópole ou sobre experiencias de vida, memórias da infâncias, tragédias urbanas, privacidades, violência, respeito e modo de agir imposto pelas cidades modernas.
Em uma visita ao Brasil Eisner também realizou um quadrinho analisando o problema da segurança aparente e a violência.
Como dito anteriormente, Nova York: a vida na grande cidade é uma livro sobre pessoas, mas pessoas que são frutos de um meio, e este meio é a cidade contemporânea. É uma leitura recomendável para quem quer compartilhar da sensibilidade de Eisner e sua capacidade de conhecer e amar a cidade em que vive, mesmo escancarando todos os seus defeitos.
Por Carlos Eduardo Rocha