O texto a seguir é uma resenha de um texto retirado do site "Vitruvius": "Desenvolvimento local e projetos urbanos" - Nadia Somekh e Cândido Malta
Os autores iniciam o texto apresentando o tema que será
trabalhado: “alcances e limites da
implementação de projetos urbanos em áreas industriais”,assim como a
definição de “Projetos Urbanos”.
Segundo o texto: “Entende-se por projetos urbanos as
iniciativas de renovação urbana concentradas em determinados setores da cidade,
combinando agentes públicos e privados, cujos investimentos e intervenções seguem
um plano urbanístico, podendo se apoiar no redesenho do espaço urbano e
arquitetônico, em normas legais específicas e em novas articulações
institucionais e formas de gestão.”
Somekh e Malta apontam que as soluções para os problemas
urbanos dependem do envolvimento de poderes locais, da sociedade civil e de
diversas esferas governamentais. Muitos projetos, em âmbito urbano, podem ter
efeitos excludentes, colocando em questão a capacidade e as limitações do poder
local no quadro da globalização.
Um dos
princípios do desenvolvimento local é o de beneficiar as populações locais,
através da geração de empregos e outras formas de renda, mas também atender as
suas necessidades habitacionais, de equipamentos e infra-estrutura.
A crise
urbana que surgiu devido a um processo global de reestruturação econômica, ocasionou
o aparecimento de grandes áreas ociosas ou subutilizadas. As atividades
manufatureiras dessas áreas cessaram ou transformaram os seus
métodos e cadeias produtivas. As consequências foram: desemprego, perda do
dinamismo econômico, desgaste das populações que estavam organizadas em torno da
fábrica.
O texto diz o
seguinte sobre essa situação: “Nesse movimento a tradicional área fabril,
com suas grandes instalações fixas, torna-se obsoleta, levando ao esvaziamento
do cerne econômico de cidades inteiras.”
Diante do quadro que se formou, as administrações locais
tiveram que tomar decisões importantes. Algumas tenderam para a tradição
esquerdista, tentaram enfrentar a situação através de políticas sindicais
compensatórias ou programas que incorporassem a ação sindical, o objetivo era:
uma nova forma de luta para reinserção dos trabalhadores e a constituição de um
novo agente do desenvolvimento urbano.
Por outro lado, algumas administrações assumiram o papel
de empreendedores, com o intuito de dinamizar a economia urbana através da
busca da atratividade e competitividade. Com isso foram desenvolvidas técnicas
para auxiliar a reinserção de empresas no mercado , diante de uma nova
ordem econômica.
A partir da década de 1980 o “Planejamento Estratégico” passou
a ser de grande importância nas políticas urbanas adotadas por municipalidades europeias.
Segundo o texto o Planejamento Estratégico “nada
mais é que o sinônimo de uma postura competitiva e empresarial preocupada com a
atração de investimentos, eventos e turismo, com a imagem urbana e a reinserção
otimizada de cada cidade no panorama europeu e mundial.”
O texto cita alguns exemplos de cidades que passaram por
essas transformações como: Boston, Baltimore, Gênova, Barcelona, Dunquerque e
Rotterdam. E também metrópoles globais como: Londres, Nova York e Buenos Aires.
O intuito era que os projetos implementados nestas cidades, combinassem:
atividades para investidores, atividades ligadas ao setor terciário –
escritórios, lazer, turismo, gastronomia, esporte, alta tecnologia, dentre
outros.
Esses projetos urbanos garantiriam uma redefinição da
hierarquia urbana em favor da região antes degradada. Assim como, a imagem de
pós-modernidade com a atuação de um arquiteto conhecido, colocariam o projeto em
destaque na mídia.
Word Financial Center, Nova York (EUA), Arquiteto Cesar Pelli |
KNSM Eiland - Hbitação de Interesse Social, Roterdã(Holanda), Arquiteto Jo Coenen |
Teatro em Potsdamer Platz, Berlim (Alemanha),Arquiteto Renzo Piano |
Puerto Madero, Buenos Aires(Argentina) |
A repercussão do Beaubourg de Renzo Piano e Richard Rogers, destacou a importância da ousadia
arquitetônica e do desenho para definir a atratividade das cidades. Além disso,
a participação de nomes importantes da Arquitetura, como mencionado anteriormente, passou a ser um requisito
importantíssimo para o sucesso dos projetos estratégicos.
Beaubourg, Paris (França), Arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers |
Outro exemplo importante foi na cidade de Bilbao, esta passou por uma transformação nas margens do Rio Ebro e adquiriu projeção
internacional no momento em que se construiu ali o Guggenheim do Arquiteto
Frank Ghery.
Guggenheim, Bilbao (Espanha), Arquiteto Frank Ghery |
Um projeto
urbano, para ser bem sucedido, não depende apenas do envolvimento entre o poder
público e o setor privado, mas também da participação de atores e forças
sociais.
O texto diz o seguinte sobre isso: “...o
poder de ordenar o espaço deriva de um complexo conjunto de forças, mobilizadas
por diversos agentes, o governo local deve coordenar uma ampla gama de forças
sociais, exercitando a governança urbana.”
Para ter acesso ao texto na íntegra acesse: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.059/470
Por Carla Bernardes