A
cidade de Recife, Pernambuco, vem sendo estudada e discutida por vários
profissionais, principalmente da arquitetura e urbanismo nos últimos anos. A
cidade passou por diversos planos urbanísticos e vem sofrendo operações urbanas
que tem modificando muito o panorama da cidade, interferindo em espaços
públicos e áreas de lazer coletivo.
Recife
atualmente
A
partir dessa temática foi realizado um documentário que reuniu oito
especialistas de diversas áreas (arquitetura e urbanismo, economia, engenharia,
geografia, história e sociologia) que discutem sobre a atual situação da cidade
de Recife, debatendo sobre o crescimento que a cidade vem apresentando e a
relação da sociedade e do Estado com os espaços públicos.
É
abordado o desde o início do pensamento do espaço público e da sua relevância, até
a forma como a sociedade atual valoriza mais os espaços privados, como casas,
condomínios e shoppings e vê a rua como um mero espaço de circulação.
A
dificuldade de agir e pensar coletivamente gera soluções feitas de improviso e
pontuais, sem um pensamento urbanístico holístico. A separação das atividades
de acordo com as classes sociais altera o uso dos espaços públicos e esses
hábitos na cidade têm enormes consequências.
Na
questão de mobilidade urbana, Recife tem propostas para que seu cenário seja modificado
pelo uso de passarelas e viadutos, o que segundo estudos continuaria sendo
ineficiente para o transporte na cidade, que deveria adotar, assim como a
grande maioria dos centros urbanos que passam por problemas de mobilidade, a
priorização do transporte coletivo.
Aborda-se
também o fato da verticalização excessiva sem um estudo mais aprofundado dos
investidores, pensando em como qualquer edifício interfere no espaço público e
na paisagem urbana. No caso de Recife isso é ainda mais grave, já que a cidade
tem mais de 400 anos, sendo umas das mais antigas do país com grande acervo
histórico – arquitetônico, e que apesar de se desenvolver e crescer como
qualquer cidade é necessário manter a identidade e memória, e é preciso que se
mantenha o dinamismo com os centros históricos.
Verticalização
na cidade de Recife
Por Giulia Drumond