Doze cidades das cinco regiões do Brasil receberão a Copa do Mundo em 2014. Mais de R$ 27 bilhões serão investidos em aeroportos, estádios e novos sistemas de transportes, tudo para adequar as condições de nossas cidades. O Thau do Blog apresentará a partir de hoje, uma série de publicações sobre esses estádios e eventualmente o que os projetos das cidades-sede preveem.
O Estádio
Após incentivos fiscais, a Arena de Itaquera foi escolhida para a abertura dos jogos e estava com 49% das obras concluídas até o final de Agosto.
O local terá capacidade para 65 mil torcedores. São 48 mil assentos convencionais e 17 mil lugares retráteis, exigidos pela Fifa para a abertura, que deverão ser removidos após o Mundial. O estádio terá 120 camarotes, 40 deles especiais, com capacidade para 90 pessoas, seis mil cadeiras superiores cobertas, 10 mil cadeiras numeradas cobertas, restaurantes e 3.500 vagas no estacionamento.
A arena está orçada em R$ 820 milhões e a previsão de entrega do projeto é para dezembro de 2013. Localizada no bairro de Itaquera, zona Leste, o estádio ficará a 500 metros da estação Corinthians-Itaquera do metrô. Do total previsto, R$ 400 milhões virão de financiamento pelo BNDES.
Segundo Aníbal Coutinho, do escritório CDCA Arquitetos, autor do projeto, o estádio terá o gramado e a iluminação mais moderna de todo o mundo. O escritório Werner Sobek fez os cálculos estruturais e projetou a tecnologia de sustentabilidade e racionalidade de energia que fará o estádio funcionar. O palco da abertura da Copa do Mundo terá reuso da água da chuva e um sistema de autogeração de energia via células fotovoltaicas aplicadas à fachada. A ventilação também será natural, beneficiando-se da arquitetura do estádio. Na fachada leste serão instalados brises, fazendo com que as correntes de ar entrem pelas aberturas, subam, e como o telhado tem um formato aerodinâmico, redirecionadas para baixo, em direção às arquibancadas, para resfriar a área.
Veja a maquete eletrônica da Arena de Itaquera:
No telhado, era preciso que a estrutura fosse "leve" na aparência, mas que não fosse leve no peso, porque neste projeto a possibilidade de arrancamento pelo vento é crítica. Como não há as fachadas norte e sul, e isso significou uma economia, o problema era o vento que podia pressionar a cobertura para cima, optou-se então por um telhado com perfil de asa de avião. A eficiência do sistema foi comprovada em testes de túnel de vento em um laboratório em Sttugart, na Alemanha, especializado em comportamento aerodinâmico.
Quanto aos materiais, a princípio será um telhado normal, de telhas metálicas, com uma lona embaixo para fazer o fechamento e melhorar o conforto térmico e acústico. Segundo Coutinho, é praticamente o mesmo conceito de cobertura do estádio de Berlim. A cobertura é uma estrutura treliçada simples, apoiada em dois pontos, em balanço, ou seja, não há pilares na área das arquibancadas. Essa treliça tem três metros de altura nas bordas, mas chega a dez metros de altura nos dois pontos principais de apoio.
No vídeo abaixo, o arquiteto Aníbal Coutinho apresenta detalhadamente o projeto:
Contrariando a Lei Cidade Limpa, que proíbe publicidade externa nas ruas de São Paulo, informações recentes dizem que um mega-telão de 170 metros de largura por 20 metros de altura será instalado na fachada, onde originalmente ficaria uma pele translúcida. Este seria mais um contrato firmado com a empresa alemã Osram, responsável pela iluminação de baixo consumo e máxima eficiência luminosa. Além disso, os banheiros, por exemplo, contarão com telas de LCD instaladas nos espelhos para que os torcedores não percam nenhum lance das partidas. No total, serão 730 telas de pequeno porte.
Projeção da super tela:
O Entorno
O entorno do estádio contará com infra-estrutura ampla: fórum judiciário, Fatec/Etec (Faculdade de Tecnologia/ Escola Técnica Estadual), Senai, incubadora e laboratórios do futuro parque tecnológico da zona leste, centro de convenções, batalhão da polícia militar, parque linear Rio Verde, entre outros. Além disso, houve um reassentamento de dutos da Petrobras que passam por baixo do terreno, estima-se que o remanejamento tenha custado cerca de R$ 10 milhões.
Confira o Masterplan para a Arena de Itaquera:
A Cidade-sede
Na área de mobilidade urbana, além de intervenções nas vias próximas ao estádio, orçadas em R$ 257,7 milhões, a cidade de São Paulo ganhará um monorail que ligará o Aeroporto de Congonhas às linhas de metrô e trem, que chegam até a arena. O valor da obra, que tem previsão de ser concluída até maio de 2014 (7,7 Km dos 17,7 Km totais), é de R$ 1,882 bilhão (R$ 1,082 bilhão de financiamento federal e R$ 799,5 milhões de contrapartida do governo estadual). A Linha completa poderá transportar 252 mil usuários por dia e deverá estar pronta até 2016 ao custo total de R$ 3,108 bilhões. A projeção do governo de São Paulo é que 82% dos torcedores utilizem transporte público para chegar aos jogos do Mundial na capital paulista.
Foi lançado também o projeto Bike Sampa que promete oferecer três mil bicicletas, distribuídas por 300 estações de empréstimo em São Paulo, que visa principalmente o bairro de Itaquera. O projeto é uma parceria entre a prefeitura, Serttel e Itaú Unibanco.
O Aeroporto de Guarulhos será ampliado ao Custo de R$ 2,04 bilhões (Infraero: 665,51 milhões; Concessionária: R$ 1,38 bilhão). Nem toda a ampliação será concluída até 2014, o tão falado terceiro terminal deve estar pronto somente em 2016, terá 230 mil metros quadrados e comportará 35,2 milhões de passageiros. O piso do embarque e os mezaninos ficarão na cobertura. A parte de baixo terá três pavimentos: o desembarque, o nível da pista e um subsolo. Essa divisão acentua a leitura do processo aeroportuário, sendo o embarque mais transparente, claro e direto. A construção vai possibilitar que até 44,8 milhões de usuários passem pelos três terminais.
Maquete virtual:
A prefeitura pretende também revitalizar o Parque D. Pedro II, localizado a um quilômetro da praça da Sé, que se encontra degradado e por onde circulam diariamente milhares de pessoas que se dirigem aos bairros do extremo leste, como Itaquera. O custo total do projeto é de R$ 1,5 bilhão. Além disso, um projeto do arquiteto Ruy Ohtake prevê um parque linear com 75 km ao longo do Rio Tietê: ciclovia com 140 km e 33 núcleos compõem a obra, que deve ficar pronta até 2016, mas já servirá aos turistas que forem a São Paulo para a Copa de 2014.
Fonte
cimentoitambe.com.br
copa2014.gov.br
portal2014.org.br
Por Vitor Wilson