quarta-feira, 31 de outubro de 2012

I Colóquio sobre Arquitetura Religiosa

O THAU DO BLOG tem o prazer de divulgar o I Colóquio sobre Arquitetura Religiosa a se realizar nos dias 21 e 22 de novembro de 2012 pelo Departamento de História e Teoria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.




Abaixo a programação completa do evento que acontecerá no Auditório da Escola de Belas Artes, no Prédio da Reitoria da UFRJ. O organizador do evento e também palestrante João Henrique dos Santos esclarece que não há necessidade de inscrições prévias.
Será conferido certificado aos participantes que estiverem presentes em pelo menos duas sessões do evento.

Mais informações no site FAU UFRJ.

Por Jéssica Rossone

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Seminário Inventário do Patrimônio Cultural

O Laboratório de Patrimônios Culturais da - LAPA da Universidade Federal de Juiz de Fora irá realizar nos próximos dias 08 e 09 de novembro um Seminário sobre o Inventário do Patrimônio Cultural. As inscrições poderão ser feitas pelo email lapa.ufjf@gmail.com até o dia 07/11. 

Mais informações: www.facebook.com.br/lapa.patrimoniosculturais ou www.ufjf.br/lapa



Por Jéssica Rossone

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Novos Livros de Arquitetura na Biblioteca!


Chegaram novos livros na Biblioteca Clorindo Burnier, você pode conferir a lista no blog da Biblioteca clicando aqui.

Entre eles, estão grandes livros como Criando Paisagens de Benedito Abbud e Planeta Favela de Mike Davis. Não deixe de aproveitar essa ótima oportunidade para ler mais um pouco.


Por Vitor Wilson

CHRONOS – ARQUITETURAS EM PATRIMÔNIO



Nascido do antigo Grupo de Pesquisa Permanências e Transformações, o Grupo de Pesquisa CHRONOS – ARQUITETURAS EM PATRIMÔNIO, novidade em nossa lista de links, está vinculado à Linha de Pesquisa Conservação, Restauração e Gestão dos Bens Patrimoniais que integra o  Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia – FAUFBA.
Fazem parte do Grupo professores/pesquisadores do próprio PPGAU, doutorandos e mestrandos do referido Programa contando ainda com a colaboração da professora/pesquisadora Dra. Lysie Reis da Universidade Estadual da Bahia –UNEB e do professor/pesquisador Marcio Campos da FAUFBA.


Por Jéssica Rossone

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Brasília, apoteose do urbanismo brasileiro

Brasília, apoteose do urbanismo brasileiro é a análise crítica considerada a mais completa sobre o processo de urbanização brasileira no período contemporâneo, destacando o acontecimento classificado como o auge do urbanismo no Brasil, que corresponde à construção de Brasília no Planalto Central brasileiro. Abaixo você vai conferir um breve resumo desta análise, com destaque para todos os detalhes que fizeram parte do processo de construção de nossa capital.


Na segunda metade do século XX o Brasil vivia importantes transformações socioeconômicas, culturais e políticas, que se refletiram diretamente nas artes e no urbanismo. A concepção de Brasília, um antigo sonho brasileiro realizado pela impreterível política de Juscelino Kubistcheck, foi classificada como esplendor do urbanismo nacional, e voltou atenções do mundo todo à nossa nação. Os croquis e o enxuto memorial justificativo não impediram a vitória de Lúcio Costa num concurso um tanto discutido e criticado pelos principais profissionais da época, como os irmãos Roberto e Afonso Reidy. Este último chegou a negar a sua participação do concurso. Os riscos simples, porém precisos, consagraram para sempre o plano piloto e seu autor, promovendo a arquitetura e o urbanismo nacionais no cenário mundial. Os edifícios mais representativos foram projetados por Oscar Niemayer, que soube como ninguém dar monumentalidade à nova capital. O sucesso do plano ultrapassou todas as críticas e driblou as dificuldades durante e após a obra, fazendo com que a nova capital representasse, sem dúvida, os anseios de um povo que começava a ver o mundo lá fora com outros olhos.  


O sucesso alcançado pela criação das capitais regionais foi um fator para a afirmação de um antigo sonho brasileiro: a capital administrativa deveria ser transferida para o interior do país. Ives Bruand, fala sobre operação que culminou com o nascimento de Brasília e suas origens, fazendo uma relação com cidades como Belo Horizonte e Goiânia e seus referentes planos em “Brasília, apoteose do urbanismo brasileiro”. Tal relação feita por ele se baseia em divergências e convergências que dizem respeito à finalidade de cada plano. No caso de Belo Horizonte e Goiânia, estava claro que as finalidades eram indiscutivelmente econômicas, enquanto que no caso de Brasília, os fins políticos predominavam, fazendo que a economia fosse apenas uma consequência do sistema urbano. Segundo ele: “Brasília foi a expressão de uma vontade de afirmação da grandeza e vitalidade do Brasil.” 

Em meio a grandes mudanças políticas, revoltas, ditaduras e revoluções, surge o nome de Juscelino Kubistchek e é neste contexto que o sonho da nova capital vai ser realizado. Para Ives, “era uma prova de realismo por parte do presidente; não podendo ser reeleito de acordo com a constituição.” O local já havia sido determinado com precisão alguns anos antes, pelo Marechal José Pessoa e sua comissão: o Planalto Central, região semideserta, que exigiu, antes de mais nada, a abertura de estradas de primeira ordem. O imenso lago artificial, hoje Lago Paranoá, também já constava nos primeiros planos. Lançadas tais condições preliminares, facilitou-se a criação da cidade completamente artificial que viria a cumprir suas funções primordiais num prazo de menos de cinco anos.



 

“A nova capital serviu como pólo de atração, como traço de união e base de partida para a conquista interna do território, segundo os planos estabelecidos.” Para o autor, Brasília alcançou inegável sucesso no plano psicológico, independente da controvérsia sobre a sua lógica e efeitos materiais. A cidade capital uniu as regiões do país, unindo ao mesmo tempo fatores administrativos, econômicos e, principalmente, culturais. Passo importantíssimo diante do momento que todo o mundo estava passando: a globalização, ainda que no chamado “Terceiro Mundo”.
Inaugurada em 21 de abril de 1960, a cidade ainda era um imenso canteiro de obras. Eram raros os blocos residenciais completamente terminados e a administração era apenas uma pequena parte na nova cidade, concentrando-se ainda na antiga capital. Anos mais tarde consolidaria-se como uma grande e digna capital, também com seus problemas mas fazendo jus aos investimentos maciços que lhe foram permitidos.

Tendo falado sobre as origens e finalidade da cidade, num segundo momento o autor fala sobre a organização do concurso que elegeu o plano piloto e sobre as principais propostas recebidas.


Logo depois de instalado no poder, Juscelino Kubistchek criou a Companhia Urbanizadora da Nova Capital, órgão encarregado de todas as operações visando a construção da cidade. Era a retomada dos métodos utilizados em Goiânia e Belo Horizonte, porém com um caráter mais nitidamente político. No que diz respeito ao plano da cidade, dois arquitetos da comissão do Marechal José Pessoa haviam cogitado a presença de Le Corbusier e inclusive esboçado um programa. Eram eles: Afonso Reidy e Burle Marx. Mas o pensamento arquitetônico havia mudado desde então e a arquitetura brasileira tinha se imposto no cenário mundial. Contratar um estrangeiro inseria-se mal no contexto psicológico da mística nacional, e isso se agravava ainda mais, pois era uma capital que seria construída, ou seja, uma cidade que refletiria o povo brasileiro.
A partir de 1940, o presidente encontraria na pessoa de Oscar Niemayer a figura de um colaborador ideal para sua campanha política, em que as construções monumentais desempenhavam um papel decisivo. Encarregou-o das funções de diretor do Departamento de Arquitetura da Companhia Urbanizadora e deu-lhe a missão de projetar os edifícios mais representativos de Brasília, além de vislumbrar a idéia de que ele também traçasse o plano da cidade. Oscar Niemayer recusou-se a fazê-lo e aconselhou que fosse feito um concurso para a escolha de outra pessoa.
A publicação no Diário Oficial de 20 de setembro de 1956 do programa para o plano de Brasília obrigou os candidatos a elaborarem eles mesmos os dados político-administrativos previstos, mas também lhes proporcionou mais liberdade de criação. No programa “não se exigia nenhum estudo geográfico e sociológico prévio, o que evitava a preeminência de equipes já constituídas e a exclusão de iniciativas individuais”, segundo o autor. A única restrição dizia respeito à ocupação de uma zona próxima ao lago artificial, reservada para a construção do Palácio do Presidente e de um hotel destinado aos hóspedes que viriam visitar os trabalhos. E apesar de toda liberdade, a topografia trazia problemas, sendo impossível ocupar ao mesmo tempo as margens do lago e o espigão das colinas situadas entre dois e seis quilômetros do lago, sem que se estendesse desnecessariamente uma cidade prevista para quinhentos mil habitantes.
Mesmo com a instituição do concurso, Niemayer continuava sendo a voz predominante, sendo os representantes do júri designados pela própria companhia ou por ele. Esta situação causou críticas graves de Reidy, Moreira, que se recusaram a participar do concurso, e dos Roberto, acarretando mais tarde a demissão de Niemayer.
Vinte e seis trabalhos foram apresentados e o júri ficou reunido para a decisão de 12 a 16 de março de 1957, quando divulgou que o anteprojeto de Lúcio Costa fora o escolhido. “A simplicidade do desenho e da concepção, a admirável concisão do memorial explicativo, onde todas as palavras importavam, tornaram acessível aos leigos a compreensão do documento e seu alcance excepcional.” A repercussão do anteprojeto de Lúcio Costa foi imensa e as reações internacionais, menos rápidas, vieram após a cidade começar a ganhar forma. O único jurado que se opôs a decisão de premiar Lúcio Costa foi Paulo Antunes Ribeiro.
Todos os projetos tinham em comum o traçado predominantemente racional apesar de alguns escolherem a região das margens, outros das colinas e alguns poucos, utilizarem as duas regiões. As quatro funções enunciadas na Carta de Atenas de 1933, que são habitar; trabalhar; cultivar o corpo e o espírito e circular estavam muito bem definidas a partir da distribuição de setores; a substituição da rua antiga por uma nova concepção de espaços livres e blocos isolados; a previsão de um crescimento orgânico para a realização sucessiva de estruturas justapostas.
Ainda com todas essas semelhanças, havia diferenças notáveis entre as propostas, variando a elaboração de estudos sociais e econômicos diferentes e também o detalhamento desses estudos. Os Roberto, apesar de criticarem o processo seletivo, destacaram-se pela seriedade de seu trabalho, adicionando ao projeto um relatório detalhado das conclusões sobre dados socioeconômicos; e também pelo esforço de descentralização urbana que caracterizava o  seu projeto, conseguindo por seu trabalho o terceiro lugar no concurso. Rino Levi e seus associados, também classificado em terceiro lugar, destacava-se pela amplidão de estudos técnicos e por levar o efeito plástico da composição para os edifícios residenciais, desviando a atenção dos edifícios administrativos. O segundo lugar ficou com um grupo de estudantes recém-formados pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, cujas soluções apresentadas se assemelhavam às que foram apresentadas por Lúcio Costa.
Este é apenas o início de uma narrativa feita com muito esmero para contar a história desta cidade que hoje apresenta nosso país para críticos de todo o mundo através da arquitetura moderna. Para saber mais, O Thau do Blog indica o livro Arquitetura Contemporânea no Brasil, escrito por Yves Bruand.


Referências:
BRUAND, Yves. Brasília, apoteose do urbanismo brasileiro. IN: BRUAND, Yves: Arquitetura Contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1995, PP.352-372.

Por Jéssica Rossone

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

IV Seminário de Geografia, Turismo e Patrimônio Cultural

IV Seminário de Geografia, Turismo e Patrimônio Cultural

O IV Seminário de Geografia, Turismo e Patrimônio Cultural tem como seu objetivo principal analisar e discutir o olhar geográfico sobre o campo de pesquisa e gestão do patrimônio cultural visando estimular a produção acadêmica e a elaboração de projetos que envolvam as categorias analíticas clássicas da geografia aplicadas ao patrimônio cultural, ou seja, o espaço, o território, paisagem e o lugar contribuindo para uma melhor compreensão da dinâmica socioespacial que envolve as áreas patrimonializadas.

Produção essa que dará continuidade ao debate iniciado em 2004, como atividade do Grupo de Pesquisa (Diretório do CNPq), da UNICAMP, no sentido de divulgar as pesquisas realizadas, promover o debate e as reflexões que estão sendo desenvolvidos entre os diversos âmbitos da ciência envolvendo a questão patrimonial e sua relação com as áreas naturais, a cidade e o turismo. 

A organização tem como público alvo professores, pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação de áreas ligadas diretamente ao tema patrimônio cultural e/ou profissionais que atuam diretamente na gestão pública do patrimônio cultural.

As inscrições seguem até o dia 24/10 e podem variar entre R$ 65,00 para graduandos e R$ 80,00 para graduados. Veja abaixo a programação:


Mais informações no Blog do Evento.

Por Jéssica Rossone

Hemeroteca Digital Brasileira


Está no ar a Hemeroteca Digital Brasileira: cinco milhões de páginas digitalizadas à disposição dos interessados. A Hemeroteca Digital Brasileira, lançada oficialmente na última semana está disponível para consulta gratuita neste endereço.

A página virtual reúne jornais e revistas extintos ou raros publicados de 1808 ao século XX e pode ser acessada pela internet. O portal oferece a possibilidade de buscas por título, período, edição, local de publicação e palavras dentre o material disponibilizado. São exemplares de peças históricas como o Correio Braziliense, O Malho, Diário Carioca, Última Hora, Jornal do Brasil e ainda, periódicos científicos, como a Revista Médica Brasileira e a Rodriguesia: revista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro - todos disponíveis para consulta e impressão.

Além da chancela do Ministério da Cultura, a Hemeroteca Digital Brasileira é reconhecida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e tem o apoio financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, o que tornou possível a compra dos equipamentos necessários e a contratação de pessoal para a sua criação e manutenção. Neste momento do lançamento do portal – julho de 2012 – são cinco milhões de páginas digitalizadas de periódicos raros ou extintos à disposição dos pesquisadores, número que se multiplicará com a continuidade da reprodução digital.



Por Vitor Wilson

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Henry Clemens van de Velde

Henry van de Velde
Henry Clemens van de Velde nasceu dia 3 de Abril de 1863 na Bélgica, e morreu dia 15 de outubro de 1957 em Zurique, na Suíça. Se destacou como pintor, arquiteto e design de interiores. Junto com Victor Horta e Paul Hankar, foi um dos criadores do Art Nouveau.
Ele acreditava na reforma da sociedade através do design do meio ambiente, ou seja: ainda aderia a uma fé sensacionalista na premazia da forma física sobre o conteúdo programático. Para ele, como para o conjunto da tradição do Arts and Crafts, a casa familiar era o veículo social básico a partir do qual os valores da sociedade poderiam ser gradualmente transformados. “A feiúra - dizia ele - corrompe não apenas os olhos mas também o coração e a mente.” Van de Velde concentrou-se no design de todos os aspectos do ambiente doméstico.
Começou sua carreira como pintor, adepto ao estilo neo-impressionista, tornando-se em 1889 membro de um grupo de artistas em Bruxelas, e tendo a oportunidade de trabalhar para a revista francesa semanal “L’Art Moderne”. Porém no final do século XIX  direcionou sua arte para a decoração e arquitetura. Iniciou-se naquilo que se chamava de voie sacrée da arquitetura em 1894. Aos 31 anos de idade  publicou seu famoso ensaio Déblaiment d’art na revista nietzchiana belga La société nouvelle, que exigia uma nova arregimentação da arte a serviço da sociedade.Em 1895 participou de uma exposição montada por Siegrifield Bing em Paris, onde começou a surgir o art nouveau, que ganhou forças em 1897, na exposição de arte e artesanato em Dresden na Alemanha.


Ainda em 1897, fundou a oficina “Société van de Velde”, em Bruxelas, responsável por projeto de móveis, e começa a ganhar destaque na área de decoração, fazendo projetos para apartamento, e futuramente até o interior do museu Folkwang em Hagen. Eram sócios na empresa  o pintor Curt Herrmann e o industrial Eberhard von Bodenhausen. Defendia que acima do gosto decorativo está a funcionalidade, aceitando a decoração que não a prejudique. Assim, se um objeto é para ser útil deve transmitir a sua funcionalidade e igualmente seduzir o utilizador com as suas formas. A decoração e a construção fazem parte de um todo. Van de Velde reconhecia a importância da união da arte e da indústria; no entanto, suas criações estavam longe de serem produzidas pela máquina. Para ele o artista deveria ser um criador livre e espontâneo, e não sujeito às exigências do comercialismo nem de uma produção em série.
Em 1898 é fundada sua segunda empresa, a “Van de Velde GmbH” em Berlin. Van de Velde dá continuidade aos princípios de Morris procurando funcionalidade e a simplicidade.

Escrivaninha e cadeira desenhadas por Henry Van de Velde em 1898





Em 1902 Vand de Velde fundou em Weimar a School of Arts and Crafts (Escola de Artes e Ofícios), que por sua vez, foi a antecessora da Bauhaus. Era como um estúdio onde artesãos e industriais podiam discutir e aperfeiçoar seus próprios produtos, tendo a supervisão de Van de Velde.





 Em 1914 foi convidado para construir um teatro para a exposição Werkbund, em Colônia. No entanto, a comissão do evento não aceitava que o arquiteto fosse estrangeiro e sem o apoio do prefeito, ele não teria conseguido. O teatro foi inaugurado em julho de 1914. Em setembro, porém, a eclosão da Grande Guerra, fechou suas portas para sempre.

Werkbund Theatre em Colônia, Alemanha
 De qualquer forma, a exposição do Deutsche Werkbund serviu para oferecer o mais significativo e avançado conjunto de ícones formais de uma época e de um século, o XIX, que, na verdade, somente então, com a eclosão da I Guerra, chegava realmente ao seu final, apontando, nos seus símbolos, os caminhos de uma retomada do debate em curso a ser realizada com a devida propriedade e profundidade apenas a partir das novas condições econômicas estabelecidas após o final do conflito e ao longo da década seguinte”. ESKINOZI, Davit. 2003. Pág. 33.
Segundo Frampton, o teatro Werkbund, extremamente expressivo mas de vida curta, foi a apoteose de toda a obra de Van de Velde anterior à guerra. Erich Mendelsohn escreveu sobre ele: “Somente Van de Velde, com seu teatro,está realmente em busca de uma nova forma. Concreto uso em estilo Art Nouveau, mas forte em concepção e expressão.” Feito em concreto armado, o teatro seria a última formulação da estética “forma-força” de Van de Velde, fundindo ator, público, auditório e paisagem.
Em julho de 1914, após a inauguração do teatro Werkbund, Van de Velde entregou a sua carta de demissão ao grão-duque de Weimar, pois as forças conservadoras no Tribunal de Justiça estavam cada vez mais impedindo a realização de suas idéias.
No ano seguinte Van de Velde renunciou ao cargo de diretor da Escola de Artes e Ofícios, recomendando Walter Gropius como seu sucessor. A Escola de Artes e Ofícios tornou-se o núcleo da Bauhaus a partir de 1919.  Em 1918 mudou-se para a Suíça. Retornando a Bruxelas em 1925 e foi nomeado diretor do Institut Supérieur des Arts Décoratifs (AASI). Mudou novamente para´a Suíça para se aposentar em Oberägeri, onde escreveria sua sua autobiografia "Die Geschichte meines Lebens (Piper, Munique 1962). 

Suas principais obras são:
  • 1895-1896: "Bloemenwerf", interior de residência projetada em Ukkel, Bélgica
  • 1895: Interior da galeria de arte Samuel Bing "Maison de l'art nouveau", em Paris, França
  • 1900–1902: Interior do Museu Folkwang em Hagen, Alemanha
  • 1902–1903, 1911: "Villa Esche" em Chemnitz, Alemanha
  • 1903: Extensão e decoração de interiores do Arquiv Nietzche em Wiemar, Alemanha
  • 1907–1908: "Hohenhof", para Karl Ernst Osthaus em Hagen, Alemanha
  • 1907–1908: "Haus Hohe Pappeln", residência em Weimar, Alemanha
  • 1909–1911: "Ernst-Abbe-Denkmal", memorial para Ernst Abbe em Jena
  • 1912–1913: Palácio para Graf Dürckheim em Weimar, Alemanha
  • 1913–1914: "Werkbund-Theater", teatro para a exposição Werkbund na cidade de Colônia, Alemanha
  • 1913–1914: "Villa Schulenburg" em Gera, Alemanha
  • 1927-1928: "La Nouvelle Maison", residência em Tervuren, Bélgica
  • 1933-1938: Biblioteca da Ghent University, Bélgica
  • 1936-1942: "Technische School", escola construída em Leuven, Bélgica
  • 1937: Pavilhão Belga para a Exposição Universal de Paris em 1937

Por Jéssica Rossone

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

II CIHAC: O artista e a sociedade


O II Colóquio Internacional de História da arte e da Cultura, este ano com o tema “O artista e a sociedade” é uma promoção do Laboratório de História da Arte, do Programa de Pós Graduação em História, Instituto de Ciências Humanas e Instituto de Artes de Design da Universidade Federal de Juiz de Fora. Com o intuito de produzir conhecimento, os organizadores se comprometeram e trouxeram pesquisadores de todas as partes do país e do mundo.

A Conferência de abertura intitulada “Arte, mercado, poder: modelo para armar” ficou a cargo da Profª. Drª. Maria Angelica Melendi, da Universidade Federal de Minas Gerais. Logo após, os participantes tiveram uma videoconferência com o Prof. Dr. Nuno Saldanha IADE-U/ Instituto de Arte e Design e Empresa – Universitário/ investigador da UNIDCOM.

As sessões de comunicações aconteceram todos os três dias do evento, sempre após o horário de almoço. Todas elas foram baseadas em três eixos temáticos. São eles:

– Artistas e mecenas, um relacionamento ambíguo
– Artistas e Instituições de Arte
– Os artistas e as esferas de poder: política, religião, mercado

Ao todo foram apresentadas mais de 50 comunicações durante o evento, reforçando o objetivo de produzir e difundir conhecimento.


Ainda no primeiro dia do evento, tivemos três palestras dentro do tema “Artistas e mecenas, um relacionamento ambíguo”.
A primeira foi apresentada pelo Prof. Dr. Alexandre Ragazzi (UFMG) “A viagem de Bernini à França: o busto de Luís XIV e algumas considerações sobre a arte do retrato”.  A segunda discutiu “Artistas, comitentes e colecionadores no Renascimento de Aby Warburg”, ministrada pelo Prof. Dr. Cássio Fernandes (UNIFESP).
A terceira, por sua vez apresentada pela Profª Dra. Sônia Gomes Pereira (UFRJ) trouxe a reflexão “Artistas, instituições e mecenas a discussão sobre a tradição”.

Na foto, os participantes da mesa-redonda do dia 19/09
Apesar de os temas parecerem estar longe da discussão arquitetônica, pude observar vários aspectos nas falas dos palestrantes que nos levam a enxergar a arquitetura por trás das pinturas e esculturas, dentre outras obras.

No segundo dia, o evento adotou de vez a arquitetura como um de seus pilares, e pudemos vivenciar este momento tanto nas mesas quanto nas comunicações.

Pela manhã, um dos temas da mesa-redonda “Artistas e Instituições de Arte” foi “A maravilhosa fábrica de virtudes: o decoro na arquitetura religiosa de Vila Rica, Minas Gerais (1711-1822)” pesquisa apresentada pelo Prof. Dr. Rodrigo Almeida Bastos (UFSC).

À tarde, na mesa-redonda “Artistas e as esferas de poder: política, religião, mercado”, o Prof. Dr. Luciano Migliaccio (USP) apresentou sua pesquisa “Arte, religião e poder na autobiografia de Giorgio Vasari”.  Sua análise sobre o arquiteto e pintor florentino trouxe à tona várias questões sobre sua obra, principalmente após o período do Concílio de Trento, quando várias construções foram restauradas.
Migliaccio ressaltou ainda a configuração das igrejas italianas como nós as conhecemos atualmente e como elas eram antes do fim do século XIV. Segundo sua pesquisa, o espaço religioso não era congregado como hoje, onde todas as pessoas participam das manifestações, ou pelo menos conseguem vê-las, mas existiam espaços fechados posicionados no centro das igrejas e/ou catedrais chamados “coros” onde somente frades tinham acesso, e lá dentro faziam suas orações.
Nas palavras do Prof. Dr. Luciano “uma igreja dentro de outra igreja”.

No terceiro e último dia do II CIHAC, na parte da manhã tivemos uma mesa-redonda com o mesmo tema do dia anterior. Destaca-se a participação do Prof. Dr. Gerardo De Simone (Villa I Tatti – The  Harvard University Center of Italian Renaiscence Studies / Academia di Belle Arti di Napoli) com a pesquisa “Arte, Ideologia Civica, Religione a Viterbo nel Quattrocento: La capella Mazzatosta de Lorenzo da Viterbo”.

Último dia do evento, na mesa-redonda realizada pela manhã
Destaca-se também a pesquisa instigadora “A iconografia do Juízo Final no Trecento: a importância de Dante e Giotto no desenvolvimento de novos modos de representação” apresentada pela Profª. Drª. Tamara Quirico (UERJ/IPHAN).

A Conferência de encerramento ficou a cargo do Prof. Dr. Bozidar Darko Sustersic da Universidade de Buenos Aires (UBA), com o tema: “El arte jesuítico guarani: La reforma barroca de Brasanelli y La resistência guarani”.

Por Jéssica Rossone

Busca

    Visualizações da página

    Translate