quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Henry Clemens van de Velde

Henry van de Velde
Henry Clemens van de Velde nasceu dia 3 de Abril de 1863 na Bélgica, e morreu dia 15 de outubro de 1957 em Zurique, na Suíça. Se destacou como pintor, arquiteto e design de interiores. Junto com Victor Horta e Paul Hankar, foi um dos criadores do Art Nouveau.
Ele acreditava na reforma da sociedade através do design do meio ambiente, ou seja: ainda aderia a uma fé sensacionalista na premazia da forma física sobre o conteúdo programático. Para ele, como para o conjunto da tradição do Arts and Crafts, a casa familiar era o veículo social básico a partir do qual os valores da sociedade poderiam ser gradualmente transformados. “A feiúra - dizia ele - corrompe não apenas os olhos mas também o coração e a mente.” Van de Velde concentrou-se no design de todos os aspectos do ambiente doméstico.
Começou sua carreira como pintor, adepto ao estilo neo-impressionista, tornando-se em 1889 membro de um grupo de artistas em Bruxelas, e tendo a oportunidade de trabalhar para a revista francesa semanal “L’Art Moderne”. Porém no final do século XIX  direcionou sua arte para a decoração e arquitetura. Iniciou-se naquilo que se chamava de voie sacrée da arquitetura em 1894. Aos 31 anos de idade  publicou seu famoso ensaio Déblaiment d’art na revista nietzchiana belga La société nouvelle, que exigia uma nova arregimentação da arte a serviço da sociedade.Em 1895 participou de uma exposição montada por Siegrifield Bing em Paris, onde começou a surgir o art nouveau, que ganhou forças em 1897, na exposição de arte e artesanato em Dresden na Alemanha.


Ainda em 1897, fundou a oficina “Société van de Velde”, em Bruxelas, responsável por projeto de móveis, e começa a ganhar destaque na área de decoração, fazendo projetos para apartamento, e futuramente até o interior do museu Folkwang em Hagen. Eram sócios na empresa  o pintor Curt Herrmann e o industrial Eberhard von Bodenhausen. Defendia que acima do gosto decorativo está a funcionalidade, aceitando a decoração que não a prejudique. Assim, se um objeto é para ser útil deve transmitir a sua funcionalidade e igualmente seduzir o utilizador com as suas formas. A decoração e a construção fazem parte de um todo. Van de Velde reconhecia a importância da união da arte e da indústria; no entanto, suas criações estavam longe de serem produzidas pela máquina. Para ele o artista deveria ser um criador livre e espontâneo, e não sujeito às exigências do comercialismo nem de uma produção em série.
Em 1898 é fundada sua segunda empresa, a “Van de Velde GmbH” em Berlin. Van de Velde dá continuidade aos princípios de Morris procurando funcionalidade e a simplicidade.

Escrivaninha e cadeira desenhadas por Henry Van de Velde em 1898





Em 1902 Vand de Velde fundou em Weimar a School of Arts and Crafts (Escola de Artes e Ofícios), que por sua vez, foi a antecessora da Bauhaus. Era como um estúdio onde artesãos e industriais podiam discutir e aperfeiçoar seus próprios produtos, tendo a supervisão de Van de Velde.





 Em 1914 foi convidado para construir um teatro para a exposição Werkbund, em Colônia. No entanto, a comissão do evento não aceitava que o arquiteto fosse estrangeiro e sem o apoio do prefeito, ele não teria conseguido. O teatro foi inaugurado em julho de 1914. Em setembro, porém, a eclosão da Grande Guerra, fechou suas portas para sempre.

Werkbund Theatre em Colônia, Alemanha
 De qualquer forma, a exposição do Deutsche Werkbund serviu para oferecer o mais significativo e avançado conjunto de ícones formais de uma época e de um século, o XIX, que, na verdade, somente então, com a eclosão da I Guerra, chegava realmente ao seu final, apontando, nos seus símbolos, os caminhos de uma retomada do debate em curso a ser realizada com a devida propriedade e profundidade apenas a partir das novas condições econômicas estabelecidas após o final do conflito e ao longo da década seguinte”. ESKINOZI, Davit. 2003. Pág. 33.
Segundo Frampton, o teatro Werkbund, extremamente expressivo mas de vida curta, foi a apoteose de toda a obra de Van de Velde anterior à guerra. Erich Mendelsohn escreveu sobre ele: “Somente Van de Velde, com seu teatro,está realmente em busca de uma nova forma. Concreto uso em estilo Art Nouveau, mas forte em concepção e expressão.” Feito em concreto armado, o teatro seria a última formulação da estética “forma-força” de Van de Velde, fundindo ator, público, auditório e paisagem.
Em julho de 1914, após a inauguração do teatro Werkbund, Van de Velde entregou a sua carta de demissão ao grão-duque de Weimar, pois as forças conservadoras no Tribunal de Justiça estavam cada vez mais impedindo a realização de suas idéias.
No ano seguinte Van de Velde renunciou ao cargo de diretor da Escola de Artes e Ofícios, recomendando Walter Gropius como seu sucessor. A Escola de Artes e Ofícios tornou-se o núcleo da Bauhaus a partir de 1919.  Em 1918 mudou-se para a Suíça. Retornando a Bruxelas em 1925 e foi nomeado diretor do Institut Supérieur des Arts Décoratifs (AASI). Mudou novamente para´a Suíça para se aposentar em Oberägeri, onde escreveria sua sua autobiografia "Die Geschichte meines Lebens (Piper, Munique 1962). 

Suas principais obras são:
  • 1895-1896: "Bloemenwerf", interior de residência projetada em Ukkel, Bélgica
  • 1895: Interior da galeria de arte Samuel Bing "Maison de l'art nouveau", em Paris, França
  • 1900–1902: Interior do Museu Folkwang em Hagen, Alemanha
  • 1902–1903, 1911: "Villa Esche" em Chemnitz, Alemanha
  • 1903: Extensão e decoração de interiores do Arquiv Nietzche em Wiemar, Alemanha
  • 1907–1908: "Hohenhof", para Karl Ernst Osthaus em Hagen, Alemanha
  • 1907–1908: "Haus Hohe Pappeln", residência em Weimar, Alemanha
  • 1909–1911: "Ernst-Abbe-Denkmal", memorial para Ernst Abbe em Jena
  • 1912–1913: Palácio para Graf Dürckheim em Weimar, Alemanha
  • 1913–1914: "Werkbund-Theater", teatro para a exposição Werkbund na cidade de Colônia, Alemanha
  • 1913–1914: "Villa Schulenburg" em Gera, Alemanha
  • 1927-1928: "La Nouvelle Maison", residência em Tervuren, Bélgica
  • 1933-1938: Biblioteca da Ghent University, Bélgica
  • 1936-1942: "Technische School", escola construída em Leuven, Bélgica
  • 1937: Pavilhão Belga para a Exposição Universal de Paris em 1937

Por Jéssica Rossone

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