O II Colóquio Internacional de História da arte e da Cultura, este ano com o tema “O artista e a sociedade” é uma promoção do Laboratório de História da Arte, do Programa de Pós Graduação em História, Instituto de Ciências Humanas e Instituto de Artes de Design da Universidade Federal de Juiz de Fora. Com o intuito de produzir conhecimento, os organizadores se comprometeram e trouxeram pesquisadores de todas as partes do país e do mundo.
A Conferência de abertura intitulada “Arte, mercado, poder: modelo para armar” ficou a cargo da Profª. Drª. Maria Angelica Melendi, da Universidade Federal de Minas Gerais. Logo após, os participantes tiveram uma videoconferência com o Prof. Dr. Nuno Saldanha IADE-U/ Instituto de Arte e Design e Empresa – Universitário/ investigador da UNIDCOM.
As sessões de comunicações aconteceram todos os três dias do evento, sempre após o horário de almoço. Todas elas foram baseadas em três eixos temáticos. São eles:
– Artistas e mecenas, um relacionamento ambíguo
– Artistas e Instituições de Arte
– Os artistas e as esferas de poder: política, religião, mercado
Ao todo foram apresentadas mais de 50 comunicações durante o evento, reforçando o objetivo de produzir e difundir conhecimento.
Ainda no primeiro dia do evento, tivemos três palestras dentro do tema “Artistas e mecenas, um relacionamento ambíguo”.
A primeira foi apresentada pelo Prof. Dr. Alexandre Ragazzi (UFMG) “A viagem de Bernini à França: o busto de Luís XIV e algumas considerações sobre a arte do retrato”. A segunda discutiu “Artistas, comitentes e colecionadores no Renascimento de Aby Warburg”, ministrada pelo Prof. Dr. Cássio Fernandes (UNIFESP).
A terceira, por sua vez apresentada pela Profª Dra. Sônia Gomes Pereira (UFRJ) trouxe a reflexão “Artistas, instituições e mecenas a discussão sobre a tradição”.
Apesar de os temas parecerem estar longe da discussão arquitetônica, pude observar vários aspectos nas falas dos palestrantes que nos levam a enxergar a arquitetura por trás das pinturas e esculturas, dentre outras obras.
Na foto, os participantes da mesa-redonda do dia 19/09 |
No segundo dia, o evento adotou de vez a arquitetura como um de seus pilares, e pudemos vivenciar este momento tanto nas mesas quanto nas comunicações.
Pela manhã, um dos temas da mesa-redonda “Artistas e Instituições de Arte” foi “A maravilhosa fábrica de virtudes: o decoro na arquitetura religiosa de Vila Rica, Minas Gerais (1711-1822)” pesquisa apresentada pelo Prof. Dr. Rodrigo Almeida Bastos (UFSC).
À tarde, na mesa-redonda “Artistas e as esferas de poder: política, religião, mercado”, o Prof. Dr. Luciano Migliaccio (USP) apresentou sua pesquisa “Arte, religião e poder na autobiografia de Giorgio Vasari”. Sua análise sobre o arquiteto e pintor florentino trouxe à tona várias questões sobre sua obra, principalmente após o período do Concílio de Trento, quando várias construções foram restauradas.
Migliaccio ressaltou ainda a configuração das igrejas italianas como nós as conhecemos atualmente e como elas eram antes do fim do século XIV. Segundo sua pesquisa, o espaço religioso não era congregado como hoje, onde todas as pessoas participam das manifestações, ou pelo menos conseguem vê-las, mas existiam espaços fechados posicionados no centro das igrejas e/ou catedrais chamados “coros” onde somente frades tinham acesso, e lá dentro faziam suas orações.
Nas palavras do Prof. Dr. Luciano “uma igreja dentro de outra igreja”.
No terceiro e último dia do II CIHAC, na parte da manhã tivemos uma mesa-redonda com o mesmo tema do dia anterior. Destaca-se a participação do Prof. Dr. Gerardo De Simone (Villa I Tatti – The Harvard University Center of Italian Renaiscence Studies / Academia di Belle Arti di Napoli) com a pesquisa “Arte, Ideologia Civica, Religione a Viterbo nel Quattrocento: La capella Mazzatosta de Lorenzo da Viterbo”.
Destaca-se também a pesquisa instigadora “A iconografia do Juízo Final no Trecento: a importância de Dante e Giotto no desenvolvimento de novos modos de representação” apresentada pela Profª. Drª. Tamara Quirico (UERJ/IPHAN).
Último dia do evento, na mesa-redonda realizada pela manhã |
A Conferência de encerramento ficou a cargo do Prof. Dr. Bozidar Darko Sustersic da Universidade de Buenos Aires (UBA), com o tema: “El arte jesuítico guarani: La reforma barroca de Brasanelli y La resistência guarani”.
Por Jéssica Rossone