sábado, 25 de junho de 2011

O THAU do Blog no Vitruvius

     Vitruvius é um dos mais importantes portais de arquitetura e urbanismo no Brasil. O site trás notícias, textos, entrevistas, projetos, e etc. sobre os mais variados assuntos.
     Recentemente o THAU do Blog foi publicado oficialmente em sua página de notícias. 

Deem uma conferida!
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Vitruvius - THAU


Por Daniela Pereira Almeida

Enxaimel

Muitos conhecem, mas nem todos devem estar ligando o nome à técnica. Enxaimel no Brasil, muitas vezes, é visto como um estilo, mas é antes uma técnica de construção trazida pelos alemães, muito utilizada na colonização no sul do Brasil.

Alemanha

 Não se sabe a origem do enxaimel, ou “fachwerk”, mas foi mais utilizado no século XVII e XVIII na Europa. Principalmente na Alemanha, era amplamente utilizada nos campos, e quando começou a ser utilizada também nas cidades foram incorporados adereços e ornamentos, como madeiramento esculpido, floreais trabalhados, e outros adereços na estrutura.
  
Escultura na estrutura, na França
Ornamento na estrutura, Alemanha

A técnica consiste em estruturas de madeiras preenchidas com algum material para vedação. Originalmente as casas eram quadradas e a fundação era feita com toras de madeira de, mais ou menos, 10m de profundidade. Nas arestas são posicionados pilares de madeira, e paralelamente, ao longo da parede poderiam ser encaixados outros pilares ou apenas filetes de bambu ligados uns aos outros por outros filetes horizontais ou ortogonais, a fim de garantir a estabilidade da parede. Depois da estrutura das paredes era feita a estrutura do telhado, também em madeira.  Ao término da etapa de estruturas é que se enchia as paredes com tijolos ou argila. A cobertura distribuída simetricamente era feita com telhas planas de argila ou ardósia. Esse tipo de construção dificilmente ultrapassava seis pavimentos. O enchimento das paredes normalmente era pintado de branco e as estruturas de preto ou marrom, para se diferenciar.


Na Europa essa técnica foi posta de lado com a revolução industrial, quando surgiram novos materiais e técnicas, mais rápidas, seguras e modernas.
           A imigração alemã no Brasil teve maior força no início do século XIX, o país precisava urgentemente de uma rápida formação de exército e colonizar a região Sul, que tinha sua hegemonia ameaçada pela Argentina.
Apesar de a arquitetura de enxaimel não ser mais tão usada na Alemanha já naquela época, foi graças às condições, principalmente de terrenos e materiais de construção encontrados na região, que se implantou essa técnica de construção.  É uma técnica simples, totalmente manual, flexível e barata, a partir do momento que se tem várias opções de materiais para a vedação, como taipa, argila, tijolos, etc.

Sul do Brasil


Atualmente, em muitas cidades no Sul, na tentativa de manter vivos a tradição e o turismo, empregam-se elementos decorativos nas fachadas que procuram reproduzir a arquitetura germânica, misturando estilos e materiais, o que acaba empobrecendo a arquitetura local.
                Em Blumenau, Santa Catarina, a partir da década de 70 as casas que fossem construídas no “estilo enxaimel”, reproduzindo esteticamente os ornamentos, receberiam isenção de IPTU. A lei foi revogada apenas em 1994, o que acabou por reproduzir várias fachadas imitando a técnica.

Blumenal SC


Hotel em Blumenau

Está prevista a construção do projeto da Câmara Municipal de Blumenau, que homenageia o enxaimel utilizando sua técnica mas substituindo os materiais por alumínio e vidro.

 
Projeto para Câmara, Bumenau

           A tentativa de respeitar o estilo da cidade na hora de projetar é muito válida, mas a opinião de que reproduzir um estilo antigo apenas trás empobrecimento à arquitetura é unânime. É importante que o arquiteto que queira respeitar ou homenagear algum estilo ache o equilíbrio e se lembre que está projetando em seu tempo, para pessoas de seu tempo.


Por Daniela Pereira Almeida




sexta-feira, 24 de junho de 2011

Book

Um interessante vídeo traz uma crítica disfarçada ao modelo de vida tecnológico atual. Vale a pena refletir:



Indicado pelo Professor Antônio Agenor
Por: Vitor Wilson

sábado, 11 de junho de 2011

Pritzker 2011: Eduardo Souto de Moura

O prêmio Pritzker esse ano foi entregue ao arquiteto português Eduardo Souto de Moura. A cerimônia de entrega do prêmio ocorreu na capital americana com direito a um breve discurso do Presidente Barack Obama. Eduardo foi o segundo português a receber o prêmio, nasceu em Porto, 1952, e se formou em 1980 na Escola de Arquitetura do Porto. Com mais de 60 obras construídas, iniciou sua carreira já vencendo o primeiro concurso, um ano após se formar, o concurso para a Casa das Artes em sua cidade.


Ele se formou num cenário de emersão do pós-modernismo no mundo, porém Portugal era recém-saído de uma ditadura (1974) e sua arquitetura não havia passado pelo modernismo, obedecendo a normas e modelos impostos pelo regime autoritário. Eduardo se convenceu de que Portugal não poderia exercer o pós-modernismo (estilo que tem como força principal a crítica ao modernismo) sem nunca ter conhecido o modernismo.
        Optou então por fazer uma arquitetura de cunho modernista marcada por duas vertentes, a vinda da academia com influência de mestres como Alvaro Siza (primeiro arquiteto português a receber o Pritzker, com quem trabalhou como estagiário antes de se formar), e outra fortemente influenciada por Mies van der Hohe, presente na simplicidade e predominância de linhas horizontais. Apesar da simplicidade nota-se a habilidade em mesclar materiais naturais e artificiais, às vezes utilizando pedras de mil anos com detalhe moderno, associando técnicas tradicionais e inovadoras.
       Seu projeto “Casa das Artes”, é uma amostra dessa habilidade. Utiliza vidro, cobre, pedra, concreto e madeira. Um exemplo são os muros da frente, de pedra contrastando com o vidro, criando uma ilusão de continuidade do cenário e neutralizando a presença do edifício, aceitando a presença dos elementos que já existiam no local. Essa é outra característica marcante de suas obras, que destaca e utiliza a importância do local onde se insere o projeto. Assume a realidade, e projeta a partir dela.


Casa das Artes, Porto
A partir dos anos 2000, o arquiteto inaugura importantes obras públicas, saindo um pouco da linha residencial que vinha projetando. Com isso assume traços mais ousados e escalas maiores. A mudança no rumo de seu trabalho se dá quando percebe que ao fazer uma casa-pátio sua forma de projeto estava perto da fórmula de projetar, deixando de conter a crítica, que para ele é importante. Ainda assim, a mudança na sua forma de projetar não se distanciou da contextualização sócio-política da obra à situação de Portugal, e principalmente da adequação da obra à realidade local.


Por Daniela Pereira Almeida

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Arquitetura da Moda

Você com certeza já se deparou com arquitetos se aventurando na carreira profissional alheia, mas o que eles criaram de tão especial? O Thau do Blog reuniu uma pequena lista desses famosos arquitetos que resolveram dar o seu toque particular no mundo fashion. Confira!


Zaha Hadid
1. Zaha Hadid: A famosa arquiteta iraquiana, realmente parece ter nascido para criar. Além de ter desenhado desde talheres até carros, passando é claro por edifícios inconfundíveis, ela criou calçados extremamente diferenciados, considerados peças de coleção. Da parceria com a grife Lacoste surgiu botas masculinas e femininas que envolvem o pé e o tornozelo em um sistema de cintas. Mas os calçados que realmente levaram o nome Zaha para as passarelas foram as Melissas aerodinâmicas. Com pequenos saltos e tiras de borracha em diferentes alturas, essas melissas deram a Zaha Hadid diversos prêmios por sua contribuição à moda.


 
Bota Lacoste feminina, masculina e sola.
  
Melissa.


Rem Koolhaas
2. Rem Koolhaas: O ex-professor de Zaha Hadid, o arquiteto neerlandês Rem Koolhaas, criou juntamente com o designer inglês Galahad Clark, a marca de sapatos United Nude. A marca que obviamente sempre traz produtos inspirados na arquitetura, nunca deixou de estampar a identidade de seu diretor criativo Rem Koolhaas.
Sapatos United Nude.


Gianfranco Ferrè
3. Gianfranco Ferrè: e como a moda não é feita só de sapatos, o mundo fashion ganhou um arquiteto inteiro para si. Falecido em 2007, o italiano Ferrè se formou em arquitetura em 1969, mas em 1970 entrou na carreira da moda e se tornou, anos depois, um dos estilistas mais famosos do mundo. Chegou a ser o diretor estilístico da Christian Dior mas alcançou o seu próprio sucesso com a marca que leva o seu nome.







Para muitos, Ferrè nunca abandonou a Arquitetura em suas criações.



Frank Gehry
4. Frank Gehry: O que Frank Gehry e Lady Gaga têm em comum? Absolutamente tudo! Suas excentricidades no trabalho lhes garantiram um encontro que até o destino duvidaria mas que com certeza tem tudo a ver! A cantora Lady Gaga usou um chapéu exclusivo e especialmente desenhado pelo arquiteto canadense na cerimônia de comemoração do 30º aniversário do Museum of Contemporary Art de Los Angeles, realizada em novembro de 2009. Meio acinzentada e cheia de dobras, a peça chegou a ser descrita pela imprensa internacional como uma “versão miniaturizada do Walt Disney Concert Hall”, já outros compararam as formas orgânicas e complexas do chapéu às do Guggenheim de Bilbao.
Desenho conceitual.


Lady Gaga e o chapéu de Gehry.


De fato está na moda arquiteto fazer moda, será?


Por Vitor Wilson

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Brasileiro constrói casas econômicas na Europa


     Filho de marceneiro, o brasileiro Mario Sanches foi morar na França e há 15 anos constrói casas pré-fabricadas na Europa. São imóveis de alto padrão que atendem às rigorosas normas européias de isolamento térmico e acústico.
     Amante da madeira, Sanches consegue um bom desempenho através do uso de produtos naturais - fibra de madeira ou chanvre, que é uma planta da família do cânhamo. As casas também não utilizam nenhum produto que pode ser tóxico ao ser inalado - a madeira do interior é lixada sem verniz, diferente da maioria das casas européias e brasileiras feitas com madeira tratada. Estas casas ainda consomem pouquíssima energia: menos de 50 KWH/m² por ano, pelas normas francesas de regulação térmica, uma casa considerada regular consome entre 80 e 250 KWH/m² por ano.
     Representante da Indusparquet, Mario Sanches pretende entrar no mercado da América do Sul em breve.




sexta-feira, 3 de junho de 2011

O THAU do Blog indica: Robert Venturi

O THAU do Blog indica o livro de Robert Venturi, Complexidade e Contradição em Arquitetura, publicado em 1966.
Robert Venturi é um arquiteto nascido em 1925, nos Estado Unidos. Com filosofia e design humanistas, ele valoriza antes de tudo ações dos seres humanos e o efeito das formas físicas sobre seu espírito. Venturi também se guiava pela percepção consciente do passado. Para ele tradição é algo mais amplo do que seguir os métodos da geração precedente, numa cega adesão a seus êxitos.
Seus edifícios não foram prontamente aceitos, por serem simples e despretensiosos, diferente dos de sua década de prosperidade. Ele vai direto ao essencial sem aspirações fantasiosas, e é a função que lhe interessa, bem como as formas mais fortes que derivam da expressão funcional.

 Uma de suas obras mais conhecidas, a casa em Chestnut Hill


Para a arquitetura ele teve muitas contribuições como projetista, mas sua maior contribuição foi teórica. O livro “Complexidade e Contradição em Arquitetura” é um estudo a fim de analisar os fundamentos teóricos da arquitetura moderna. Ele explicita sua teoria de que os arquitetos modernos reconhecem a complexidade de maneira insuficiente; menciona a doutrina “menos é mais”, de Mies Van Der Rohe, justificado pela seleção de quais problemas os arquitetos irão resolver e quais irão ignorar, para simplificar a arquitetura.
Com uma leitura agradável e atual ele expõe os princípios das complicadas acomodações de interior e exterior que os arquitetos têm que lidar, as contradições, ambigüidades e escalas na arquitetura. Vale muito a pena ler!


Por Daniela Pereira Almeida

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Juiz de Fora - 161 anos

     Nesta terça-feira, dia 31 de maio, Juiz de Fora completou 161 anos. Como comemoração 25 personalidades que, nos mais diversos campos da atividade humana, defenderam os interesses culturais, sociais, econômicos, políticos e humanitários da cidade receberam a medalha de Mérito Comendador Henrique Guilherme Fernando Halfeld, a maior honraria dedicada pelo município. A medalha simboliza o reconhecimento do município àqueles que contribuíram para a projeção e valorização de Juiz de Fora.
     Entre os homenageados estava presente o arquiteto, cartunista, artista plástico e professor da UFJF Jorge Arbach. Jorge já trabalhou como ilustrador em diversos veículos da imprensa brasileira participou de exposições em diversos países, obteve premiações no Brasil e no exterior entre eles o prêmio no Fórum Internacional de Colonização da América Latina, (México/1992) e, por duas vezes, o Prêmio de Jornalismo "Vladimir Herzog, conferido pela Federação Nacional dos Jornalistas e Associação Brasileira de Imprensa (1993/1999). Jorge também vem desenvolvendo um importante trabalho para a cidade, inventariando e registrando o patrimônio arquitetônico e cultural de Juiz de Fora.

Por Camila Fonseca Pinheiro

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