Como parte da circunstância comemorativa do
Dia Mundial do Urbanismo, o seminário Urbanismo na Bahia, o urBA [13], em sua
terceira edição, acontecerá nos dias 6,7 e 8 de novembro de 2013, na Faculdade
de Arquitetura da UFBA. O seminário pretende dar continuidade a discussão
sistematizada, regular e ampla sobre o urbanismo contemporâneo, entendendo essa
área de atuação como uma das instâncias de constituição do mundo comum, da
esfera pública e do espaço público propriamente dito.
O período contemporâneo tem sido
caracterizado como de crise bastante acentuada das formas de materialização, as
transformações tecnológicas assim como as novas lógicas de produção e
reprodução social realizam um papel central, caracterizadas pela flexibilização
da produção, pela sociedade de consumo de massas, pelo retraimento do Estado e
pela constituição de um meio técnico-científico-informacional.
A essa conjuntura corresponde uma mutação
acelerada dos espaços no âmbito mundial, cujas novas condicionantes demandaram
e demandam uma rearticulação do território e uma reprodução do espaço
construído. No Brasil e na Bahia, esse processo é nítido e está vinculado tanto
às consequências das mudanças estruturais dos anos 1990 quanto a conjunturas e
arranjos políticos dos anos 2000 que possibilitaram a retomada veloz do ritmo
de investimentos, um ainda frágil processo de redistribuição de renda e a
elaboração e implementação, também frágil, de uma política urbana no território
nacional. Esses processos, como indicado na problematização do urbBA[12], cujo
tema foi “A Produção da Cidade e a Captura do Público: que perspectivas?”, vêm
sendo marcados pela voracidade da esfera privada, pela fragilidade da regulação
pública e por racionalidades de justiça social que se situam basicamente entre
o aumento da renda, o acesso a serviços e a ampliação do consumo.
No entanto, todo processo de mutação traz
consigo – porque acelera, desestabiliza, recria necessidades e conflita o
existente – possibilidades também ampliadas de descortínio e de formulação
alternativa ao hegemônico, numa espécie de cultivo de fermento propositivo que
busca equacionar o desdobrar do tempo futuro sob outras conjugações de
interesse, valores e cooperação, enfrentando as mazelas da realidade
histórico-social em curso. Ativa-se, portanto, o questionamento da realidade
possível, entendida como tudo aquilo em que ainda não nos tornamos, ou seja,
tudo aquilo que a nós mesmos nos projetamos como seres humanos, por intermédio
dos mitos, das escolhas, das decisões e das lutas (Schmidt apud Santos, 2000).
Ora, o futuro são muitos (Santos, 2000).
Essa aceleração traz ainda como horizonte a
construção de possibilidades que reduzam a assimetria entre uma crítica potente
e voraz e a elaboração conceitual de experiências alternativas de constituição
de outras formas de tecer sociabilidades e gerar espaços. Trata-se de fazê-las
também habitar o plano do discurso, sem por isso se reduzir à descrição de
simples experimentos formais, esvaídos de complexidade social, ou abdicar da
crítica.
Maiores informações:
FACULDADE DE ARQUITETURA DA UFBA - RUA
CAETANO MOURA, 121, FEDERAÇÃO
Tel: (71) 3283.5902 - email: urbba13@ufba.br
Local: Faculdade de Arquitetura da UFBA
Por Giulia Drumond
Por Giulia Drumond