Muito mais do que uma simples abordagem sobre o projeto paisagístico, o workshop ministrado pelo professor da Writtle Schcool of Design em Londres, Tim Waterman, fez com que os participantes pensassem primeiramente em questões urbanísticas, na paisagem urbana.
O evento que aconteceu na última semana, 19 a 23 de novembro de 2012, excedeu as salas de aula e permitiu o contato entre alunos de diversas turmas do curso de arquitetura e urbanismo da UFJF. Além disso, o workshop motivou o início das aulas neste semestre, visto que os participantes tiveram que pensar em soluções e representá-las em um curto espaço de tempo, logo na primeira semana.
O workshop proporcionou aos alunos uma visão mais clara acerca do projeto paisagístico já que alguns alunos ainda não tiveram aulas específicas sobre o assunto. Durante os três dias do programa, os envolvidos puderam ver em etapas bem definidas o progresso de seu trabalho. Formaram-se três grupos, os quais tinham a mesma missão: diagnosticar e propor novas visões e ideias acerca da paisagem urbana de um terreno no centro da cidade.
Podemos destacar ainda como ponto positivo a interação entre alunos da Graduação e Pós-graduação em Ambiente Construído da UFJF, os quais participaram em conjunto na elaboração de diagnósticos e propostas para uma área chamada popularmente "Terreirão do Samba", localizada no centro da cidade de Juiz de Fora.
A realidade das ideias e propostas apresentadas pelos grupos formados pelos alunos consiste em uma qualidade a ser exaltada durante o processo, bem como a urgência (e aí separamos muito bem os conceitos de urgência e pressa) de se pensar algo novo e real. A única reclamação, comum a todos, foi o curto prazo para se pensar uma proposta de tal dimensão.
Tim Waterman destacou a relação do projeto de paisagismo com o tempo: passado, presente e o futuro devem ser pensados juntamente com a proposta. Falou também sobre a importância do paisagista levar em consideração o diálogo do espaço com a população, com as pessoas que irão utilizar o espaço.
Segundo ele, o processo e, consequentemente, o progresso do projeto dá-se em algumas etapas: Brief, Research, Analysis, Synthesis (prognosis), Construction, Operation and Evaluation, que correspondem a uma primeira fase de breves observações, levantamento, análise, síntese, construção, uso/funcionamento e avaliação.
"So, the architects are prepare to do a beautiful thing, to construction a THING, and not a landscape."
Com a frase acima passo para outra reflexão feita durante as aulas, em que o próprio Tim indica uma mudança na forma de pensar dos atuais arquitetos urbanistas. Percebemos então que as propostas mais recentes giram em torno de um objeto, muitas das vezes sem o identificar no entorno e sem a percepção necessária para a perfeita implantação deste objeto na paisagem existente.
"There's only problem. But, what's the problem? Where does it hurt?"
Então, qual é o problema, onde estamos falhando?
A monumentalidade, presente na arquitetura desde os primórdios, é um fator que configura este cenário egoísta?
A especulação imobiliária, a visão de mercado mudou a visão do produto arquitetônico?
O que nós estamos projetando de bom para as nossas cidades? E o que modificamos em sua paisagem a cada novo objeto criado?
De certo, o workshop deixou mais perguntas do que respostas... Nada melhor para pensarmos e discutirmos sobre o assunto.
Por Jéssica Rossone
Turma do Workshop |
Tim Waterman destacou a relação do projeto de paisagismo com o tempo: passado, presente e o futuro devem ser pensados juntamente com a proposta. Falou também sobre a importância do paisagista levar em consideração o diálogo do espaço com a população, com as pessoas que irão utilizar o espaço.
Segundo ele, o processo e, consequentemente, o progresso do projeto dá-se em algumas etapas: Brief, Research, Analysis, Synthesis (prognosis), Construction, Operation and Evaluation, que correspondem a uma primeira fase de breves observações, levantamento, análise, síntese, construção, uso/funcionamento e avaliação.
Turma do Workshop |
"So, the architects are prepare to do a beautiful thing, to construction a THING, and not a landscape."
Com a frase acima passo para outra reflexão feita durante as aulas, em que o próprio Tim indica uma mudança na forma de pensar dos atuais arquitetos urbanistas. Percebemos então que as propostas mais recentes giram em torno de um objeto, muitas das vezes sem o identificar no entorno e sem a percepção necessária para a perfeita implantação deste objeto na paisagem existente.
"There's only problem. But, what's the problem? Where does it hurt?"
Então, qual é o problema, onde estamos falhando?
A monumentalidade, presente na arquitetura desde os primórdios, é um fator que configura este cenário egoísta?
A especulação imobiliária, a visão de mercado mudou a visão do produto arquitetônico?
O que nós estamos projetando de bom para as nossas cidades? E o que modificamos em sua paisagem a cada novo objeto criado?
De certo, o workshop deixou mais perguntas do que respostas... Nada melhor para pensarmos e discutirmos sobre o assunto.
Por Jéssica Rossone