sexta-feira, 20 de maio de 2011

Arquiteto convidado a participar do programa Minha Casa Minha Vida

  

  O programa Minha Casa Minha Vida agora contará com participação de um arquiteto. A Presidente Dilma convidou o arquiteto João Filgueiras Lima a pensar nos projetos de construções em encostas.
    Favelas em encostas é um dos muitos problemas do país, e tem tido grande repercussão, principalmente depois da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro. Uma das soluções propostas inicialmente para o programa será a utilização de estacas como fundação.
    O projeto foi proposto pelo Instituo Brasileiro de Tecnologia do Habitat, inaugurado em 2009 e presidido pelo próprio João Filgueiras. O Instituto funciona como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse público (OSCIP), e pode atuar junto ao pode público.
    João Filgueiras Lima, o Lelé, é um dos arquitetos brasileiros que mais projetou prédios construídos no Brasil. Carioca radicado em Salvador, se formou em 1955 na então Universidade do Brasil, atual UFRJ. Lelé sempre foi um arquiteto envolvido com as questões sociais, preocupado em fazer uma boa arquitetura, porém viável para a realidade econômica do país.
    Seus projetos são norteados principalmente pelo clima e pela pré-fabricação. Desenvolveu inúmeros projetos de obras públicas com utilização de pré-fabricados, que são mais leves, econômicos, rápidos e utilizam mão de obra menos qualificada. Dentre esse projetos se destacam os de hospitais, 10 apenas na rede Sarah Kubitschek. O preço de algumas de suas obras chegava a ser a metade do preço proposto por empreiteiras. Isso se dá não apenas ao uso de pré-fabricados, mas ao seu alto nível de conhecimento sobre medicina e a função e atividades de um hospital.
    Na década de 90, no intuito de prosseguir com o projeto da Rede Sarah Kubitschek, criando hospitais satélites em outras cidades, Lelé ajudou a criar o Centro de Tecnologia da Rede Sarah (CTRS), em Salvador. É uma fábrica de prédios com diversos núcleos de produção: metalurgia pesada, argamassa armada, marcenaria, injeção de plástico e fibra de vidro, equipamentos especiais de uso hospitalar, como macas e camas, dentre outros. O Centro de Tecnologia fornece hoje peças não só para os hospitais da rede, mas também para outras obras como Escolas, Tribunais de Contas e Tribunais Eleitorais em todo o país.
    Esse arquiteto tão experiente e conceituado com certeza terá muito a contribuir com o programa, considerado por muitos insatisfatório.

Por Daniela Pereira Almeida

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